Piloto da Jeju Air desligou motor errado após colisão com aves, aponta investigação oficial

Jota

22 de julho de 2025

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Piloto da Jeju Air desligou motor errado durante o voo de aproximação ao Aeroporto de Muan, logo após o impacto com aves, em 29 de dezembro de 2024. Segundo a autoridade de investigação sul-coreana, a tripulação cortou o motor esquerdo, que ainda funcionava, e manteve ligado o motor direito, já severamente danificado. Como resultado, o Boeing 737-800 perdeu sua capacidade de propulsão, veio muito rápido, e varou a pista, colidindo com um muro causando a morte de 179 pessoas. Apenas dois ocupantes (comissários), sobreviveram à tragédia.

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Gravações da cabine, dados do voo e peças resgatadas confirmam que o motor esquerdo foi desligado, mesmo com o motor direito em pior condição. Embora ambos tenham absorvido resíduos da ave conhecida como Baikal teal – uma espécie de pato nativo -, apenas o motor direito apresentava sinais de fogo interno. Ainda assim, os pilotos mantiveram ele em operação. Como resultado, a aeronave perdeu estabilidade e não conseguiu vir estabilizado até a pista.

Além do erro no desligamento do motor, a tripulação não acionou o trem de pouso durante a aproximação. Isso forçou um pouso de barriga, que ocorreu em alta velocidade. A aeronave não conseguiu parar a tempo e ultrapassou os limites da pista de Muan. Na sequência, colidiu com uma estrutura de concreto do sistema ILS, instalada em desacordo com padrões internacionais. A colisão agravou os danos e causou uma explosão que destruiu a fuselagem.

A confirmação de que o piloto da Jeju Air desligou motor errado reacendeu discussões sobre o uso de câmeras nos cockpits. Especialistas em segurança afirmam que as imagens permitem esclarecer falhas com mais rapidez. Por outro lado, sindicatos alertam para possíveis abusos. A exposição contínua da tripulação pode comprometer a privacidade e gerar interpretações erradas. Mesmo assim, o debate deve voltar à agenda de agências reguladoras.

Durante reuniões com os investigadores, representantes das famílias expressaram preocupação com o foco exagerado na falha humana. Segundo eles, o relatório ignora fatores como falhas estruturais e decisões administrativas. Além disso, o sindicato de pilotos criticou a permanência de barreiras fixas no final da pista. Essas estruturas desrespeitam normas internacionais e aumentaram a letalidade do acidente, segundo os especialistas.

O relatório final deve ser publicado até dezembro de 2025, conforme os prazos definidos pelas normas internacionais de investigação adotadas pelo ARAIB. Enquanto isso, a Jeju Air afirmou que segue colaborando com a investigação. A Boeing e a CFM International, responsáveis pelo projeto dos motores, não comentaram sobre o acidente. A expectativa é que o documento traga recomendações de segurança, alterações nos treinamentos e revisões em infraestruturas aeroportuárias.

O erro no desligamento do motor revela falhas nos protocolos de emergência em situações críticas. A tragédia com o Boeing 737 mostra que decisões imprecisas podem ter efeitos catastróficos. Por esse motivo, o acidente provocou reações de autoridades em outros países. A aviação internacional aguarda o relatório coreano para revisar normas e implementar novas diretrizes que evitem erros semelhantes em outros aeroportos do mundo.

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