Joseph Emerson assume culpa após tentar cortar motores de voo da Horizon Air em 2023
Tentativa de desligar motores de avião em pleno voo: piloto faz acordo judicial e pode pegar até 20 anos
O piloto que tentou desligar motores de avião nos Estados Unidos, Joseph D. Emerson, voltou ao noticiário internacional ao assumir a responsabilidade por tentar desligar os motores de um avião comercial. O incidente ocorreu em outubro de 2023, durante um voo da Horizon Air – a serviço da Alaska Air -, que partiu de Everett, no estado de Washington, com destino a San Francisco.
O piloto Joseph Emerson viajava fora de serviço, acomodado no assento extra do cockpit, quando tentou acionar as alças de combate a incêndio (fire handles) no cockpit que cortam o fluxo de combustível para os motores. Por isso, a aeronave ficou em risco até que a tripulação conseguiu intervir rapidamente.
Pedido de desculpas e explicações apresentadas em tribunal
Durante audiência no tribunal estadual, Emerson fez um pedido de desculpas emocionado e declarou que aceita integralmente a culpa pelos riscos causados. Além disso, explicou que atravessava uma grave crise de saúde mental, intensificada pelo consumo de cogumelos psicodélicos dois dias antes do voo. Ele ainda relatou que estava sem dormir há mais de 40 horas, o que agravou sua percepção da realidade. Segundo sua versão, acreditava estar sonhando e puxou os comandos acreditando que poderia acordar. Dessa forma, tentou justificar sua conduta diante dos magistrados.
Ação rápida da tripulação do voo impediu tragédia
A tripulação do avião da Horizon Air reagiu imediatamente e conseguiu impedir que os motores fossem desligados. Testemunhas afirmaram que Emerson teria dito “I am not okay” antes de tentar acionar os comandos de emergência. Em seguida, o voo foi desviado para Portland, no Oregon, onde pousou em segurança. Assim, todos os passageiros desembargaram ilesos. Além disso, a situação gerou uma intensa discussão no meio aeronáutico sobre saúde mental entre pilotos e segurança operacional nas companhias aéreas.
Sentença estadual incluiu restrições severas e serviços comunitários
Joseph Emerson aceitou um acordo judicial no âmbito estadual. Como resultado, recebeu pena de 50 dias de detenção, já cumpridos, além de cinco anos de liberdade condicional. Também foi condenado a prestar 664 horas de serviços comunitários e a pagar mais de 60 mil dólares em restituição, principalmente à Alaska Airlines – Controladora e responsável legal -, Entre as condições impostas pela Justiça, constam tratamento psiquiátrico obrigatório, avaliações periódicas sobre uso de substâncias e proibição de acesso a aeronaves sem autorização expressa. Portanto, mesmo em liberdade, ele ficará sob acompanhamento rigoroso.
Processo federal ainda pode resultar em pena mais pesada
Apesar do acordo estadual já cumprido, Emerson ainda responde a processo federal. Ele se declarou culpado de obstrução da tripulação de voo, crime grave previsto pela legislação norte-americana. A sentença federal está marcada para 17 de novembro de 2025 e pode resultar em até 20 anos de prisão. Além da pena de reclusão, a Justiça poderá aplicar multa de até 250 mil dólares e três anos adicionais de liberdade supervisionada. Assim, o caso ainda não chegou ao seu desfecho definitivo.
Debate sobre protocolos de segurança e saúde mental de pilotos
O episódio gerou repercussões importantes para a aviação internacional. Passageiros, especialistas e autoridades passaram a questionar a eficácia dos protocolos de avaliação psicológica aplicados aos pilotos. Além disso, o caso reacendeu o debate sobre como companhias aéreas devem lidar com crises emocionais e uso de substâncias psicoativas por tripulantes. Emerson anunciou que pretende colaborar com esse debate ao fundar uma organização sem fins lucrativos dedicada à saúde mental de aviadores. Portanto, sua intenção declarada é transformar uma experiência pessoal traumática em contribuição positiva para a segurança aérea.
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