Preço abusivo da Azul para a COP-30 em Belém gera revolta de passageiros

Jota

17 de agosto de 2025

Aviões da AZUL_Imagem Divulgação

Quem planeja participar da COP-30 em Belém, marcada entre 9 e 22 de novembro de 2025, já enfrenta dificuldades adicionais. Além da hospedagem cara, passageiros relatam o preço abusivo da Azul para a COP-30 em Belém, associado a trajetos extremamente longos. Segundo a coluna de Andreza Matais, do Metrópoles, a companhia está vendendo passagens aéreas com até 23 horas de duração por valores que chegam a R$ 24 mil, em rotas que poderiam ser cumpridas em menos de dez horas.

O exemplo mais emblemático é a rota Porto (Portugal)–Belém. O bilhete vendido pela Azul prevê um itinerário com múltiplas escalas, que prolonga o voo para quase 23 horas. Em condições normais, o trecho poderia ser feito em cerca de dez horas. Além disso, o valor elevado chamou atenção de consumidores, já que equivaleria a uma tarifa de classe executiva em voos diretos para destinos de longa distância. Assim, a combinação de alto custo e itinerário demorado passou a ser alvo de críticas crescentes entre os interessados no evento

Aviões da AZUL_Imagem Divulgação
Aviões da AZUL_Imagem Divulgação

Não apenas os voos internacionais chamam atenção, como também os domésticos. Trechos internos apresentam trajetos desproporcionais e pouco eficientes. Um voo da Azul entre Belo Horizonte e Belém, que poderia durar 3h35, está sendo vendido com duração de 19 horas. Considerando ida e volta, os passageiros enfrentariam 38 horas de viagem — tempo suficiente, portanto, para cruzar o Atlântico, ir a Dubai e ainda retornar. Outro exemplo marcante envolve a rota Campinas–Belém, cujo tempo de voo é de 11h45, embora a opção direta leve apenas 3h25.

A Latam segue caminho semelhante. A companhia oferece passagens de Belo Horizonte a Belém com duração de 17h30, tempo comparável a um trajeto entre Guarulhos e Dubai. O retorno não alivia o problema: são 16h15 até chegar novamente a Minas Gerais. Na ocasião da apuração original, entretanto, a Gol foi a única empresa que não oferecia voos com escalas superiores a cinco horas.

Diante da demanda recorde esperada para novembro, companhias aéreas começaram a ampliar a malha. A Gol anunciou rotas temporárias durante a COP-30, incluindo Belém–Salvador, Belém–Fortaleza, Belém–Congonhas e Belém–Manaus, com até duas frequências diárias em alguns trechos. Ao todo, portanto, a empresa prevê disponibilizar 77 mil novos assentos no período do evento, reforçando a conectividade para o Norte do país..

A Latam também prepara expansão. Segundo a companhia, haverá aumento de 25% na oferta de voos domésticos, além de rotas internacionais exclusivas. Entre as novidades, estão Belém–Galeão e Belém–Bogotá, além de reforço nas ligações com Fortaleza, Manaus e Macapá. Essa readequação, assim, busca atender à forte demanda esperada para a conferência, que reunirá líderes mundiais, autoridades e organizações civis.

De acordo com dados oficiais, Belém terá 1.395 voos domésticos em novembro, sendo 221 adicionais em relação à malha usual. O aumento representa um salto de 25% na oferta nacional. Já as rotas internacionais passarão de 22 para 31, um crescimento de 44% no número de ligações diretas com o exterior

Ainda assim, os preços continuam elevados e a duração de muitos trechos permanece desproporcional. Passageiros relatam dificuldade em encontrar voos diretos e tarifas condizentes com o serviço oferecido. Azul e Latam não comentaram os preços nem as rotas em operação. Enquanto isso, cresce a pressão por ajustes e mais transparência no setor. O debate reflete não apenas a logística de um evento global, mas também os desafios históricos da infraestrutura aérea na Amazônia, que volta ao centro das atenções.

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