Primeira colisão em voo com carros voadores no mundo é registrada na China

Jota

18 de setembro de 2025

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A primeira colisão em voo com carros voadores no mundo foi registrada na China durante os preparativos do Show Aéreo de Changchun, na província de Jilin. Dois veículos do modelo Voyager X2, desenvolvidos pela empresa Xpeng Aeroht, colidiram em pleno ar no dia 16 de setembro. Um dos pilotos sofreu ferimentos leves, e uma das aeronaves pegou fogo após o pouso de emergência.

Vídeos divulgados pela imprensa estatal mostraram fumaça densa saindo do veículo danificado, enquanto caminhões de bombeiros e ambulâncias corriam para atender à ocorrência. O acidente, ocorrido na terça-feira (16), interrompeu os preparativos para o evento, que estava previsto para durar cinco dias.

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Os veículos envolvidos no acidente eram do modelo Voyager X2, projetados para decolagem e pouso vertical. Eles foram desenvolvidos pela Xpeng Aeroht, subsidiária da fabricante chinesa Xpeng Motors. Em comunicado à imprensa, a empresa explicou que a colisão ocorreu devido a “espaçamento insuficiente” durante o ensaio.

Além disso, a nota oficial informou que um dos carros voadores sofreu danos estruturais e acabou pegando fogo logo após o pouso de emergência. Apesar do susto, a companhia destacou que todos os presentes estavam seguros. Por fim, a empresa ressaltou que as autoridades concluíram rapidamente as medidas de emergência e que uma investigação formal já está em andamento.

Um funcionário da Xpeng, que pediu anonimato por não estar autorizado a falar publicamente, explicou que os pilotos executavam manobras de alta dificuldade em formação bastante próxima. Como resultado, o risco de colisão aumentou significativamente durante o ensaio.

Além disso, ele ressaltou que a demonstração exigia elevada precisão e margem de erro mínima. Por isso, qualquer falha de cálculo poderia levar a um acidente. O colaborador afirmou ainda que um dos pilotos sofreu apenas ferimentos leves e foi liberado após atendimento médico. Mesmo assim, o episódio reforça a necessidade de protocolos mais rígidos em apresentações públicas com eVTOLs.

O acidente expõe os riscos da economia de baixa altitude, setor que inclui carros voadores, drones de entrega e táxis aéreos. Esse mercado opera em altitudes abaixo de 3.000 metros e cresce de forma acelerada.

No ano passado, o Partido Comunista Chinês mencionou a economia de baixa altitude em seu relatório de governo pela primeira vez. A expectativa é que esse segmento se torne um novo motor de crescimento econômico para o país, com investimentos bilionários.

Segundo a Administração da Aviação Civil da China (CAAC), o mercado de baixa altitude pode movimentar US$ 206 bilhões até 2025 e superar US$ 480 bilhões até 2035. Empresas como a Xpeng Aeroht buscam ocupar espaço nesse setor, ampliando aplicações em turismo, logística, agricultura e operações de emergência.

Além dos eVTOLs, a China já lidera em entregas comerciais com drones não tripulados. Somente em 2023, o país registrou mais de 2.000 fabricantes de drones e cerca de 20.000 empresas operando veículos aéreos não tripulados, de acordo com o jornal People’s Daily.

O acidente em Changchun, portanto, simboliza ao mesmo tempo, os desafios e as ambições da China para dominar o futuro do transporte aéreo em baixa altitude.

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