Prova de Arrancada de carros e motos na pista do aeroporto de Franca gera reação na comunidade aeronáutica após interdição prolongada
Entenda como a prova de arrancada de carros e motos na pista do aeroporto de Franca repercutiu na aviação
Uma prova de arrancada fecha o aeroporto de Franca e provoca forte repercussão após a interdição do aeródromo entre os dias 21 a 24 de novembro de 2025, durante o feriado prolongado. A pista permaneceu indisponível para pousos e decolagens, embora seja parte essencial da infraestrutura pública do Estado de São Paulo. A situação ganhou ainda mais destaque quando a dupla sertaneja Rionegro e Solimões publicou um vídeo relatando que não conseguiu pousar na cidade porque o aeroporto estava fechado. O relato reacendeu o debate sobre o limite entre eventos privados e o uso adequado de bens públicos, especialmente quando envolvem estruturas essenciais para a aviação.
Desabafo de Rionegro e Solimões impulsiona o debate sobre a prova de arrancada de carros e motos
O vídeo publicado pela dupla — gravado como passageiros, e não pela tripulação — explicou que a aeronave King Air B200 alternou para a cidade de Ribeirão Preto após o fechamento da pista. No entanto, parte do público criticou os artistas, sem considerar que apenas pilotos e operadores consultam o NOTAM, o que ocorreu corretamente nesse caso. Dessa forma, a discussão cresceu rapidamente e, como consequência direta, a comunidade aeronáutica passou a questionar a legalidade, a segurança e a finalidade da pista destinada exclusivamente às operações aéreas.
Vídeo no YouTube mostra arrancadas e reforça críticas à prova de arrancada de carros e motos
Outro elemento ampliou o debate quando um vídeo amplamente divulgado no YouTube registrou carros e motos acelerando em alta velocidade na pista. As imagens revelaram arrancadas e disputas, e não apenas uma exposição estática de veículos de luxo, como afirmou inicialmente a concessionária Rede VOA SP. Assim, o registro reforçou as críticas e se tornou decisivo para rebater a narrativa de que o evento teria apenas caráter expositivo. O vídeo evidenciou que a pista funcionou como autódromo, com atividades típicas de competição.
Concessionária publica nota após críticas sobre a prova de arrancada de carros e motos
Diante da repercussão, a concessionária Rede VOA SP, responsável pela administração do aeroporto, divulgou uma nota e tentou justificar a interdição. A empresa declarou que planejou o fechamento, publicou o NOTAM em 17 de outubro de 2025 e informou que uma análise de risco recebeu apoio da ANAC. Apesar disso, pilotos, operadores e especialistas contestaram vários pontos da nota, especialmente a interpretação sobre autorização regulatória e finalidade pública da infraestrutura aeroportuária. Portanto, a nota oficial completa será apresentada na Parte 2, exatamente como a concessionária publicou.
Profissionais questionam a legalidade da prova de arrancada no aeroporto de Franca
A realização do evento reacendeu debates importantes sobre diversos fatores operacionais. Entre eles estão a continuidade do serviço público, que deve permanecer garantida sem interrupções indevidas; a integridade da pista, frequentemente afetada por práticas não aeronáuticas; e o risco de FOD — Foreign Object Debris, ou detritos de objetos estranhos — que aumenta quando veículos automotivos circulam em áreas destinadas a aeronaves. Além disso, surgem preocupações com o desgaste do grooving, a perda de atrito superficial e possíveis impactos na certificação operacional. Também existem dúvidas sobre o cumprimento das normas ICAO, FAA e ANAC, que definem padrões rigorosos de segurança e manutenção. Como consequência, operadores passaram a mencionar eventuais reflexos contratuais para a concessionária.
Pista não é particular: comentários nas redes sociais confundem concessão com propriedade
Durante a repercussão, várias pessoas afirmaram nas redes sociais que a pista seria “particular” e que a concessionária poderia utilizá-la como quisesse. Essa interpretação, porém, não encontra respaldo técnico ou jurídico. A pista do aeroporto de Franca permanece como patrimônio público estadual e está sob administração temporária da concessionária dentro de regras estritas da legislação aeronáutica. Assim como ocorre na Rodovia dos Bandeirantes, a concessionária apenas administra o serviço e não possui liberdade irrestrita sobre a infraestrutura.
Para que a pista fosse usada oficialmente como autódromo, seria necessário modificar as normas da ANAC, da ICAO, da FAA e da Federação de Automobilismo de São Paulo (FASP) — órgão oficial que homologa competições no estado. Sem essas alterações, o uso da pista continua incompatível com a finalidade pública do aeródromo.
Parecer técnico enviado ao AeroJota analisa a prova de arrancada no aeroporto de Franca
Para esclarecer os aspectos regulatórios, o AeroJota recebeu espontaneamente — e com autorização de publicação — um parecer enviado por um advogado especialista em legislação aeronáutica. O documento apresenta análise técnica e jurídica sobre o caso e será reproduzido integralmente na Parte 2. O AeroJota reforça que a análise representa exclusivamente a visão técnica do profissional, baseada em normas nacionais e internacionais. Além disso, vamos exibir os posicionamentos da concessionária, da FEBRAERO e da comunidade aeronáutica e civil para garantir isenção total.
Encerramento da Parte 1
A prova de arrancada de carros e motos realizada na pista do aeroporto de Franca continua gerando repercussões e deve motivar análises técnicas, regulatórias e jurídicas. A Parte 2 apresentará a análise completa do especialista, os fundamentos legais, os riscos operacionais, a questão da continuidade do serviço público, o histórico de outros eventos semelhantes e as notas oficiais da Rede VOA e da FEBRAERO. O AeroJota mantém posição editorial equilibrada: nada contra o esporte. O problema é o local escolhido e a possível falta de segurança do público e de limpeza adequada após o evento. Carros, motos e caminhões precisam correr em autódromos, locais projetados para essa finalidade, com o público protegido. Lixo só na lixeira, nunca na pista.
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