Putin admite culpa da Rússia no abate do Embraer 190 da Azerbaijan Airlines

Jota

10 de outubro de 2025

Putin admite culpa da Rússia no abate do Embraer 190 da Azerbaijan Airlines_Imgem divulgação

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu nesta quinta-feira (9) que mísseis russos provocaram a queda do Embraer 190 da Azerbaijan Airlines, em 25 de dezembro de 2024. O acidente deixou 38 mortos e 29 sobreviventes. Dessa forma, o governo russo encerra meses de versões contraditórias sobre o caso.

Putin admite culpa da Rússia no abate do Embraer 190 da Azerbaijan Airlines_Imgem divulgação
Putin admite culpa da Rússia no abate do Embraer 190 da Azerbaijan Airlines_Imgem divulgação

O voo AZAL 8243 partiu de Baku, no Azerbaijão, com destino a Grozny, na Chechênia. Entretanto, após detectar falhas nos sistemas de controle, a tripulação desviou para Aktau, no Cazaquistão. Durante a aproximação, a aeronave perdeu estabilidade e caiu a poucos quilômetros do aeroporto local.
Segundo Putin, as defesas russas haviam lançado mísseis Pantsir-S1 contra alvos suspeitos — provavelmente drones ucranianos. Porém, os projéteis explodiram próximos à fuselagem do jato e danificaram seus sistemas hidráulicos, o que resultou na perda total de controle.

De acordo com laudos divulgados por autoridades do Cazaquistão e da OACI, fragmentos metálicos foram encontrados na fuselagem e nas asas do avião. Além disso, análises de radar indicaram detonações no espaço aéreo russo, minutos antes do colapso dos controles.
Por semanas, o Kremlin tentou afastar suspeitas e apresentou explicações alternativas, como colisão com aves e falha de manutenção. No entanto, imagens de satélite publicadas por veículos internacionais mostraram rastros térmicos de lançamento de mísseis, o que reforçou a versão militar.

Durante reunião com o presidente Ilham Aliyev, Putin reconheceu o erro operacional e prometeu indenizações. O líder russo também anunciou mudanças nos protocolos de engajamento de mísseis e reforço na comunicação entre forças armadas e aviação civil.
Ainda segundo o Kremlin, o disparo ocorreu após confusão nos radares de Grozny, que teriam interpretado o Embraer 190 como um veículo não tripulado. Por isso, novos mecanismos de verificação e coordenação estão sendo implementados em regiões de risco.

A Embraer lamentou o ocorrido e colocou sua equipe técnica à disposição para colaborar com as investigações. A empresa brasileira destacou que o modelo E190 possui excelente histórico de segurança e raros registros de falhas estruturais.
Enquanto isso, especialistas em aviação reforçam que o episódio repete o padrão de outros acidentes provocados por defesas aéreas, como o voo PS752, abatido no Irã em 2020, e o voo MH17, derrubado na Ucrânia em 2014. Ambos resultaram em novas normas de segurança internacional.

A admissão russa reacende a discussão sobre a vulnerabilidade de voos civis em áreas de conflito. Por esse motivo, a OACI e a ONU pedem a criação de zonas de exclusão mais amplas e protocolos conjuntos entre países para prevenir novos incidentes.
O relatório final deve ser divulgado até dezembro de 2025, com foco em erros de comunicação e falhas humanas. Até lá, o caso serve de alerta para companhias aéreas e governos sobre a necessidade de separar operações civis de ações militares.

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