Recall do Airbus A320 por radiação solar atinge cerca de seis mil aeronaves

Jota

1 de dezembro de 2025

Airbus faz o maior recall de aviões Airbuis A-320 da história_Imagem Ilustrativa.

O recall do Airbus A320 por radiação solar já é tratado como uma das maiores ações corretivas da história da fabricante europeia. Depois de um incidente em cruzeiro com um avião A320 da JetBlue, a Airbus determinou a atualização urgente do software de controle de voo em cerca de seis mil aeronaves da família A320. Ao todo, isso representa aproximadamente metade da frota global em operação.

Segundo a empresa, análises mostraram que radiação solar intensa pode corromper dados críticos usados pelo sistema de comandos de voo. Por isso, boa parte da frota precisou passar por uma reversão de software ou por ajustes adicionais. Essa intervenção gerou atrasos e cancelamentos em diferentes regiões do mundo, principalmente entre os dias 28 e 29 de novembro.

Airbus faz o maior recall de aviões Airbuis A-320 da história_Imagem Ilustrativa.
Airbus faz o maior recall de aviões Airbuis A-320 da história_Imagem Ilustrativa.

O recall do Airbus A320 por radiação solar ganhou força depois do voo de um A320 da JetBlue que partiu de Cancún com destino à região de Nova York. Durante o cruzeiro, a aeronave sofreu um comando inesperado de nariz para baixo, sem atuação dos pilotos. Esse movimento provocou uma descida brusca e deixou passageiros feridos. O jato, porém, desviou para Tampa, na Flórida, onde pousou em segurança.

A partir desse evento, a Airbus iniciou uma investigação detalhada sobre o comportamento do sistema de controle de voo. Como resultado, os engenheiros identificaram que, em determinadas condições de radiação solar, um conjunto específico de software e hardware do computador de comandos poderia ter dados essenciais corrompido. Essa combinação pode gerar movimentos não comandados nos profundores da aeronave, ainda que por tempo limitado.

O problema ligado ao recall do Airbus A320 está concentrado no ELAC, sigla para Elevator and Aileron Computer. Esse computador eletrônico interpreta os comandos dos pilotos, aplica proteções de envelope de voo e envia sinais às superfícies móveis, como profundores e ailerons, que controlam a atitude da aeronave.

De acordo com a Airbus, uma versão recente de software tornou o sistema vulnerável a um fenômeno conhecido como “single event upset”. Nesse tipo de situação, partículas de radiação espacial podem alterar bits em componentes eletrônicos. Em um cenário extremo, essa interferência pode gerar comandos indevidos de profundor, mesmo que por pouco tempo. Por isso, a fabricante passou a tratar o caso como risco inaceitável do ponto de vista de segurança.

Depois da comunicação oficial da Airbus, a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) publicou uma Diretriz de Aeronavegabilidade de Emergência para a família A320. O documento determinou que as aeronaves afetadas só poderiam continuar voando após a aplicação das modificações de software. Na prática, o prazo ficou limitado ao próximo voo programado.

A FAA, autoridade aeronáutica dos Estados Unidos, seguiu a mesma linha e alinhou a obrigatoriedade da atualização para centenas de aeronaves registradas no país. No total, cerca de seis mil aviões A318, A319, A320 e A321, incluindo versões CEO e NEO, que totalizam cerca de 9.400 aeronaves enquadradas na ação preventiva. Esse movimento consolidou a dimensão global do recall do Airbus A320 por radiação solar.

Na prática, o recall do Airbus A320 chegou em um momento de grande movimento, logo após o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos. Além disso, ocorreu em pleno fim de semana de alta demanda. As companhias, portanto, precisaram reorganizar rapidamente suas malhas, concentrando manutenções em janelas noturnas para reduzir o número de cancelamentos.

Avianca foi uma das empresas que mais sentiram o impacto. A companhia colombiana relatou que cerca de 70% de sua frota de A320 precisava de intervenção imediata. Como medida de contingência, suspendeu temporariamente a venda de passagens até 8 de dezembro. A prioridade passou a ser a realocação de clientes afetados e o reequilíbrio da operação.

Outras empresas, como American Airlines, Delta, Air France, Lufthansa e várias low-cost – baixo custo -, europeias, também tiveram atrasos e ajustes pontuais. Muitas, porém, conseguiram completar a maior parte das modificações em poucas horas, evitando uma onda de cancelamentos em massa. Ainda assim, o episódio serviu de teste de estresse para a coordenação entre fabricantes, autoridades e operadores em um contexto de recall do Airbus A320 por radiação solar.

À medida que o fim de semana avançou, a Airbus informou que a maioria das aeronaves afetadas pelo recall do Airbus A320 por radiação solar já tinha recebido o ajuste necessário. O trabalho principal envolveu reverter o software para uma versão considerada estável, enquanto soluções definitivas são desenvolvidas. Menos de cem jatos permanecem temporariamente em solo, aguardando janelas de manutenção mais longas ou substituição física de módulos ELAC específicos.

Para o passageiro, a tendência é de normalização gradual, com redução progressiva dos atrasos ligados a esse episódio. Do ponto de vista da indústria, porém, o caso deve influenciar futuras certificações de aviônicos e critérios de resistência à radiação. Ao mesmo tempo, reforça a mensagem de que, na aviação comercial, a prioridade absoluta continua sendo a segurança, mesmo quando isso significa manter em solo milhares de aeronaves durante um recall do Airbus A320 por radiação solar.

Quer levar um pedacinho da história da aviação para casa? Confira o Classificados Aeronáutico AEROJOTA com souvenirs, colecionáveis e decorativos exclusivos. Acesse agora: www.aerojota.com.br e descubra raridades que fazem qualquer apaixonado por aviação decolar de emoção!