Rússia ameaça Europa com armas de destruição em massa em meio a crise com drones

Jota

30 de setembro de 2025

Rússia ameaça Europa com armas de destruição em massa_Imagem ilustrativa

Nesta segunda-feira (29), o ex-presidente Russo Dmitry Medvedev declarou que a Rússia ameaça Europa com armas de destruição em massa, descrevendo como real o risco de um conflito nuclear em eventual guerra contra países europeus, caso um confronto direto com países do continente se intensifique. A fala, feita no Telegram, eleva o tom da crise diplomática após semanas de acusações sobre drones militares russos em espaço aéreo europeu. Além disso, o aliado de Vladimir Putin afirmou que existe um “risco absolutamente real” de escalada nuclear e alertou que as nações europeias “simplesmente não podem se dar ao luxo de uma guerra com a Rússia”.

Rússia ameaça Europa com armas de destruição em massa_Imagem ilustrativa
Rússia ameaça Europa com armas de destruição em massa_Imagem ilustrativa

Na publicação, Medvedev reforçou que Moscou não deseja esse tipo de conflito. No entanto, destacou que os riscos de acidentes fatais sempre permanecem e, portanto, não podem ser ignorados. Ao mesmo tempo, ressaltou que a Rússia enxerga a “velha e frígida Europa” como incapaz de sustentar uma guerra de longa duração. Dessa forma, as declarações intensificam a percepção de que o Kremlin utiliza ameaças nucleares como instrumento de pressão política.

As afirmações de Medvedev ocorreram logo após países europeus acusarem a Rússia de estar por trás de drones militares que sobrevoaram aeroportos e bases estratégicas. No sábado (27), a Dinamarca registrou presença de aeronaves não tripuladas em áreas próximas a instalações de defesa, o que levou ao fechamento temporário de seu aeroporto principal. Nesse contexto, a primeira-ministra Mette Frederiksen afirmou que os incidentes refletem uma tentativa russa de desestabilizar o continente, criando novos pontos de tensão em plena guerra da Ucrânia.

Enquanto isso, o chanceler russo Sergei Lavrov discursou na Assembleia-Geral da ONU. Durante sua fala, ele negou que Moscou tenha qualquer intenção de atacar a Europa. Entretanto, afirmou que qualquer agressão contra a Rússia será respondida com uma reação imediata e decisiva. Essa postura, embora apresentada como defensiva, reforça o clima de desconfiança entre as potências ocidentais e o governo russo, elevando a sensação de que a escalada é cada vez mais inevitável.

Em resposta ao aumento dos incidentes, ministros da Defesa de países do leste europeu se reuniram com representantes da OTAN e da Ucrânia. Durante o encontro, foi debatida a criação de um escudo “antidrones”, também chamado de “drone wall”. Dessa forma, a medida busca proteger o espaço aéreo da região contra violações crescentes e reforçar a defesa coletiva. Assim, a iniciativa ganhou prioridade máxima diante da insegurança provocada pelas incursões constantes da Rússia na região.

Ao mesmo tempo, a Ucrânia enfrentou o maior ataque aéreo desde o início da guerra. Segundo o Exército ucraniano, a Rússia lançou 595 drones e 48 mísseis durante a noite. No entanto, as defesas conseguiram interceptar 568 drones e 43 mísseis, reduzindo parte dos danos. Ainda assim, o principal alvo foi a capital Kiev, onde diferentes bairros sofreram explosões. Consequentemente, a ofensiva demonstrou que Moscou mantém capacidade ofensiva elevada e disposição para intensificar os combates.

As recentes falas de Medvedev somam-se a outros alertas feitos por autoridades russas desde o início da invasão da Ucrânia. Por um lado, Moscou insiste que não busca uma guerra aberta contra a Europa. Por outro, mantém discursos que reiteram constantemente a possibilidade de uso de armas nucleares em caso de escalada. Assim, a comunidade internacional segue em alerta máximo, avaliando tanto os riscos militares quanto as consequências geopolíticas de uma confrontação direta.

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