Se você é piloto, talvez tenha vivido algo semelhante. Se não for, a leitura promete ser curiosa.
A ambos já peço desculpas pela “licença poética” de quem está revivendo uma situação lá de 1981.
Uirapuru, T-23, fabricado pela Sociedade Aerotec, foi a máquina mais complexa e difícil que voei, simplesmente porque eu não tinha a menor noção ou experiência anterior com o voo. Daí cada comando, cada interruptor, cada instrumento, cada sensação é um mundo completamente novo. Para acontecer tudo o que aconteceu depois, a primeira avioneta foi essencial.
Dá-lhe dedo no botão de partida! Nhoc! Nhoc! Nhoc! Nhoc! Nhoc! Nhoc! Nhoc! Nhoc! Nhoc! Nhoc!
A quantidade de ar, a quantidade de combustível e as centelhas das velas do motor que insistiam em centelhar, chegam finalmente a um acordo: podemos fazer o motor funcionar!
Daí vem o Prrrrruuuuuummmmmm
E o motor Lycoming IO-320 B2B do T-23 Uirapuru dá seu sinal de vida.
Sim! Ufa! Primeira etapa concluída! Sem um motor funcionando não dá nem para iniciar o taxiamento.
Daí, quando o motor pega, aquela avioneta começa a chacoalhar e vibrar toda e, na sequência, vem um problema que eu não havia previsto nas infinitas horas de estudo e horas de nacele.
E hora de nacele é aquele treinamento que cada cadete faz antes de cada voo. O hangar do 2º EIA – Esquadrão de Instrução Aérea fica iluminado até mais tarde para os cadetes poderem entrar nos aviões e fazerem seus voos mentais para terem seus melhores rendimentos a cada missão de instrução. Como fazer um “voo mental” sem ter experimentado o primeiro voo?
Vem algo novo assim que o motor gira. O vento produzido pela hélice chacoalha o capacete e é acompanhado de uma mistura de cheiro de gasolina de aviação e da queima desse combustível.
Aviões têm cheiro próprio, parecidos, mas individuais.
Paraquedas, macacão, luvas e capacete são só para lembrar que estou na AFA – Academia da Força Aérea – e que vai começar uma aventura sem precedentes e que vai mudar completamente minha vida.
Baixei ligeiramente a cabeça e olhei para o painel procurando a pressão de óleo e a RPM.
Opa! Me safei do vento. O instrutor já havia providenciado um ligeiro recuo da manete de potência para garantir uma rotação adequada até que o sistema de lubrificação atinja pressão e temperatura normais.
E agora?
Ligar o que precisa ser ligado. Os dedos vão aos interruptores com a “segurança” de quem está lá para não fazer besteira.
Eu fico imaginando como os controladores de voo interpretam o grau de nervosismo de cada cadete ao ouvir a solicitação de taxiamento.
Lembro que, não sei por qual motivo, na pista de táxi, acabei pressionando o pedal direito querendo que o avião fosse para a esquerda.
– Que é isso, Flemming?!?
Instrutor de voo tem que estar atento a cada detalhe.
Alinhamos na cabeceira 20.
– Vou cantar a velocidade para vc. A decolagem é minha. Segura leve nos comandos para vc me acompanhar.
Daí aconteceu a mágica de descolar as rodas da pista pela primeira vez. Eu no comando. Na verdade, não. Eu “leve” nos comandos, só acompanhando.
– Tá contigo.
Agora sim! Ainda que titubeante, o comando era meu. As primeiras sensações de inclinar uma asa, de perceber uma curva sendo feita. O mundo se inclina levemente à frente e a visão periférica percebe mais céu de um lado e mais chão do outro. Os sentidos estão todos regulados para a máxima percepção. Não sei se ajuda ou atrapalha.
– Suavidade nos comandos, Flemming! Suavidade!
Esse primeiro voo é praticamente demonstrativo. O instrutor quer saber o quanto eu estudei e vai me apresentar a área de instrução, além de começar a passar para mim o básico do básico.
– Flemming, pega uma referência lá na frente e tenta manter a reta e a altitude.
Coisas simples são complicadas demais!
– Agora faça uma curvinha pela direita. Mantenha a altura.
Não vou dizer que tenha sido um desastre completo, longe disso, mas fui absorvendo cada dica do instrutor para reunir argumentos para o meu próximo voo mental.
– Flemming, de novo, pega leve nos comandos e me acompanha no pouso.
Agora sim! Voo mental depois do primeiro voo fica mais fácil!
O que eu teria pela frente era aprender e me safar dos temíveis três P, pane, parafuso e pouso.
Tudo o que tive pela frente como aviador foi absolutamente mágico!
Saulo Campos, obrigado pela dica para escrever sobre meu primeiro voo. Foi ótimo sintonizar minha memória nesse primeiro passo.
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