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Voar Está Mais Perigoso do que Antes?

Nos últimos tempos, temos visto uma quantidade significativa de reportagens sobre acidentes e incidentes aéreos. Essa exposição midiática pode dar a impressão de que voar está mais perigoso do que antes. Mas será que essa percepção reflete a realidade? A aviação realmente se tornou mais insegura nos últimos 10 ou 20 anos?

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Se voltarmos no tempo, perceberemos que a frota aérea era significativamente menor. Aviões comerciais, executivos, agrícolas, ultraleves e helicópteros estavam em menor número. Com isso, cada acidente ou incidente representava uma porcentagem maior dentro da estatística geral.

Por exemplo, se existissem apenas dois aviões agrícolas e um sofresse um acidente, o índice de ocorrências seria de 50%. Hoje, com uma frota muito maior, se tivermos 100 aviões agrícolas e 20 acidentes, a porcentagem será de 20%. Vinte por cento ou cinquenta por cento, são números muito altos, para uma atividade que trabalha incessantemente para atingir o índice zero por cento, em acidentes aéreos ou incidentes.

Apesar da maior exposição midiática em casos de acidentes ou incidentes aeronáutico, a tecnologia e os protocolos de segurança evoluíram consideravelmente. Hoje, as aeronaves são equipadas com GPS de alta precisão, computadores de bordo avançados que analisam e gerenciam os voos, e tripulações altamente treinadas.

A cada acidente ou incidente, novas normas são implementadas para evitar que a mesma falha ocorra novamente. Isso faz com que a aviação comercial seja hoje muito mais segura do que era no passado. Inclusive, há fiscalização rigorosa, tanto pelas empresas, como por orgãos fiscalizadores como a ANAC, até mesmo sobre o descanso das tripulações, garantindo que os pilotos estejam em plenas condições físicas e mentais para operar os voos.

Diferente da aviação comercial, onde há fiscalização intensa e regras rígidas, na aviação executiva, agrícola e de helicóptero, a responsabilidade pela segurança muitas vezes recai sobre os próprios operadores. A manutenção, descanso dos pilotos e cumprimento das normas de segurança dependem da boa conduta dos proprietários e operadores dessas aeronaves, mas também há fiscalização

Recentemente, observa-se que alguns acidentes e incidentes, amplamente divulgados pela imprensa, podem estar relacionadas a falhas de julgamento operacional por parte dos pilotos. No entanto, é essencial aguardar os resultados das investigações conduzidas pelo CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), unidade da Força Aérea Brasileira, antes de tirar conclusões definitivas.

Um fator que realmente apresentou um aumento expressivo nos últimos anos foi a colisão de aeronaves com pássaros, conhecido como Bird Strike. A LATAM, por exemplo, divulgou recentemente que registrou 562 ocorrências desse tipo em sua frota, só no ano de 2024. Dados de outras companhias como GOL, AZUL e VOEPASS não foram divulgados, mas o número geral com certeza serão bem maiores, na soma de todas as empresas.

O crescimento das cidades ao redor dos aeroportos e a de lixões se avolumando ou mesmo a falta de uma correta limpeza das cidades, córregos e rios, os Urubus, principalmente, serão cada vez mais atraídos para essa fonte abundante de alimento e perigosamente para perto das rotas de aviões e helicóptero, por serem grandes e pesados, essa é uma questão preocupante, pois representa uma ameaça crescente para a segurança da aviação.

Com a chegada dos drones e dos carros voadores, que devem operar abaixo da linha dos helicópteros, espera-se que novos desafios surjam na segurança aérea. O aumento do tráfego aéreo em baixas altitudes pode gerar novos riscos, que precisarão ser mitigados com regulações mais rigorosas e tecnologias de prevenção de colisões com pássaros.

A aviação comercial nunca esteve tão segura como hoje. O aumento no número de ocorrências relatadas se deve, em grande parte, à maior frota e à cobertura midiática. No entanto, com mais tecnologia, treinamento e fiscalização, a segurança operacional segue evoluindo.

Já na aviação geral (executiva, agrícola e de helicóptero), o cumprimento das normas de segurança ainda depende muito da responsabilidade individual de operadores e pilotos. Isso reforça a necessidade de conscientização e investigação criteriosa por parte das autoridades e fiscalização contínua, procurando sempre minimizar os riscos da atividade aérea.

Se você tem interesse em acompanhar os números estatística ano a ano, você pode seguir o site do SIPAER nesse LINK

Painel-de-acidentes-Aereos-do-SIPAER

Convido você a assistir essa interessante reportagem feira pela Jornalista Investigativa INGRID GRIEBEL, para o Jornal da Record, que trás novos números, dados e informações relevantes, abordando o assunto de maneira muito profissional.

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