Pouso de avião russo sancionado em Brasília gera pressão no Senado
Senador exige esclarecimentos sobre avião russo sancionado em Brasília
O fim de semana em Brasília terminou com um episódio de grande repercussão diplomática e política. No domingo (10 de agosto de 2025), o avião cargueiro Ilyushin Il-76TD, operado pela Aviacon Zitotrans, aterrissou no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek. Essa companhia russa está sob sanções impostas pelos Estados Unidos desde 2023. Segundo Washington, a empresa atua no transporte de material bélico para regimes como o da Coreia do Norte e presta apoio logístico à Venezuela. Além disso, o voo ZR1705 decolou de Moscou e realizou escalas em Baku– capital do Azerbaijão, Argel – capital da Argélia, e Conacri – capital da Guiné, antes de chegar à capital federal, o que reforça o interesse sobre a operação. Nesse contexto, o senador Márcio Bittar pelo partido União–AC pede explicações sobre avião russo sancionado em Brasília para esclarecer o caso.
Senador cobra esclarecimentos do governo federal
A chegada da aeronave provocou reação imediata do senador Márcio Bittar (União–AC). Por isso, ele apresentou dois requerimentos no Senado, de números 593/2025 e 594/2025, direcionados ao ministro da Defesa, José Mucio Monteiro Filho, e ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Nesse sentido, o parlamentar exige saber quem autorizou a entrada do avião no espaço aéreo brasileiro e qual foi o objetivo da missão. Além disso, ele questiona a natureza da carga ou dos passageiros e se órgãos de inteligência e segurança aeroportuária avaliaram previamente a operação. Dessa forma, pretende confirmar se protocolos adequados para aeronaves sancionadas foram realmente aplicados.
Impactos na diplomacia e segurança nacional
Segundo Bittar, a ausência de justificativas claras — sejam diplomáticas, humanitárias ou técnicas — compromete a transparência e afeta a credibilidade do Brasil junto a parceiros democráticos. Por isso, ele afirma que receber um avião associado a regimes autoritários e operações suspeitas “não pode ser tratado com benignidade”. Além disso, o senador defende que a segurança nacional e a integridade diplomática permaneçam como prioridades absolutas. Nesse contexto, ele alerta que a permanência do Ilyushin Il-76TD em solo brasileiro pode gerar interpretações negativas no cenário internacional, especialmente diante do histórico brasileiro em alinhamentos com países ocidentais em questões de segurança.
Casos anteriores de restrições e recusa de apoio
O episódio atual remete ao ocorrido em 2022, quando o Boeing 747-300 da estatal venezuelana Conviasa foi retido na Argentina. As autoridades locais impediram sua decolagem em razão de sanções impostas pelo Departamento do Tesouro dos EUA. Assim, esses episódios mostram que a recusa de abastecimento ou de apoio logístico é prática recorrente em situações que envolvem aeronaves e tripulações sancionadas.
Além disso, outro caso relevante aconteceu em 2024, quando o chanceler russo Sergey Lavrov desembarcou no Brasil a bordo de um Ilyushin Il-96. Naquela ocasião, todas as empresas de abastecimento do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, recusaram combustível para a aeronave. Apenas dias depois, a brasileira Jetfly Combustíveis realizou o serviço, mas acabou incluída na lista de empresas proibidas de abastecer aviões de matrícula norte-americana.
Situação atual do cargueiro em Brasília
A aeronave Ilyushin Il-76TD continua estacionado na Base Aérea de Brasília. Atualmente, o serviço de abastecimento no local está sob responsabilidade da BR Aviation, empresa pertencente à Vibra (antiga BR Distribuidora). Vale destacar que essa fornecedora já havia recusado combustível ao avião de Lavrov no passado. Enquanto isso, o governo não confirma a data nem o destino da próxima decolagem do cargueiro russo.
Por outro lado, fontes próximas ao Ministério da Defesa indicam que a permanência pode depender de negociações diplomáticas e de questões operacionais que ainda não foram divulgadas ao público. Assim, o senador pede explicações sobre avião russo sancionado em Brasília para evitar dúvidas e garantir transparência.
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