Sigilo sobre voo da FAB que trouxe Nadine Heredia ao Brasil é alvo de críticas
Governo utiliza jato da FAB para resgatar aliada política condenada por corrupção
O sigilo sobre voo da FAB que trouxe Nadine Heredia ao Brasil reacendeu o debate sobre o uso político da estrutura pública federal. A ex-primeira-dama do Peru, condenada a 15 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, recebeu asilo diplomático autorizado pelo governo Lula. Para buscá-la, a Força Aérea Brasileira (FAB) utilizou um jato VC-99C (Embraer Legacy 600), matrícula FAB 2560. A aeronave partiu de Brasília, fez escala em Cuiabá e seguiu até Lima. O Grupo de Transporte Especial (GTE), responsável por voos de autoridades, executou a missão a pedido do alto escalão.
Nadine Heredia usou dinheiro da Odebrecht e da Venezuela para campanhas eleitorais
Segundo a Justiça peruana, Nadine Heredia e o ex-presidente Ollanta Humala financiaram campanhas eleitorais com recursos ilegais da Odebrecht e do governo venezuelano. As doações ocorreram nos pleitos de 2006 e 2011. Logo após a confirmação da sentença, Heredia buscou abrigo na embaixada brasileira em Lima, no Peru. No mesmo dia, o governo federal concedeu o asilo diplomático. Em seguida, a FAB realizou o transporte da ex-primeira-dama e de seus filhos. Apesar da justificativa oficial mencionar razões humanitárias, a ação provocou críticas generalizadas.
Governo impõe sigilo e não apresenta justificativas para ocultar os dados
Apesar da repercussão, o governo federal decidiu impor sigilo de cinco anos sobre os custos da missão. O pedido de acesso, feito por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) em 17 de junho de 2025, foi negado pela Força Aérea Brasileira. Conforme a resposta assinada pelo gabinete do Comandante da Aeronáutica, os dados foram classificados como estratégicos. No entanto, o governo não apresentou justificativa técnica que explicasse essa decisão. Além disso, o sigilo foi decretado dias após a repercussão pública do caso. Até o momento, o único valor revelado corresponde às diárias pagas aos seis tripulantes da FAB: R$ 7.539,70. Nenhum outro detalhe foi divulgado, o que aumenta ainda mais a desconfiança sobre o uso de recursos públicos.
Estimativas sugerem que voo custou mais de R$ 300 mil aos cofres públicos
Mesmo com os dados oficiais sob sigilo, especialistas da aviação calculam que a operação teria custado mais de R$ 320 mil se realizada por uma empresa privada. O valor considera a distância percorrida, o modelo da aeronave e o tempo de voo. Além disso, outros gastos com manutenção, combustível, escalas técnicas e apoio diplomático provavelmente aumentariam esse custo. Como resultado, a população permanece sem acesso a informações essenciais sobre o uso de recursos públicos em uma missão de forte conotação política.
Operação diplomática gera suspeitas de uso seletivo da estrutura do Estado
O Ministério das Relações Exteriores afirmou que a missão ocorreu por razões humanitárias, pois Heredia e um de seus filhos estariam doentes. Mesmo assim, o uso de uma aeronave da FAB para acolher uma figura condenada por corrupção gerou forte reação. Parlamentares e analistas interpretam a operação como favorecimento político disfarçado de ação diplomática. Portanto, o episódio reforça a percepção de que o governo utiliza a máquina pública de forma seletiva, beneficiando aliados ideológicos e excluindo adversários.
Sigilo sobre voo da FAB que trouxe Nadine Heredia compromete a transparência
O sigilo sobre voo da FAB que trouxe Nadine Heredia ao Brasil amplia o desgaste na relação entre governo e sociedade. Em vez de esclarecer os gastos da missão, a gestão federal optou por restringir o acesso às informações. Como consequência, crescem as suspeitas de que o Estado esteja sendo instrumentalizado para proteger interesses políticos. A ausência de transparência enfraquece os pilares da administração pública e compromete o princípio da impessoalidade previsto na Constituição.
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