EUA ampliam poder aéreo no Caribe e elevam tensão militar com a Venezuela
Pentágono reposiciona forças no Caribe e alimenta tensão militar entre EUA e Venezuela
A tensão militar entre EUA e Venezuela voltou a crescer nas últimas semanas, impulsionada pelo reforço da presença norte-americana no Caribe e pela movimentação de grandes grupos navais e aéreos próximos à costa venezuelana. Embora Washington ainda não tenha tomado uma decisão formal, analistas indicam que o Pentágono já possui capacidade operacional suficiente para iniciar uma campanha aérea contra o regime de Nicolás Maduro.
EUA concentram poder militar no Caribe e ampliam pressão sobre Caracas
Nos últimos meses, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos intensificou o envio de ativos navais e aéreos para a região. O grupo anfíbio liderado pelo USS Iwo Jima (LHD-7), equipado com caças de decolagem vertical Boeing AV-8B Harrier II, permanece em operação no Caribe junto de um destacamento de caças furtivos Lockheed Martin F-35B, baseados em Porto Rico.
Além disso, o porta-aviões USS Gerald R. Ford (CVN-78) foi transferido do Mediterrâneo, trazendo um grupo aéreo completo com quatro esquadrões de caças F/A-18E/F Super Hornet e um esquadrão de EA-18G Growler, especializado em guerra eletrônica. Essa movimentação reforça o controle norte-americano sobre rotas marítimas estratégicas e amplia a pressão militar sobre Caracas.
Bombardeiros e mísseis ampliam o alcance ofensivo dos EUA
Além da presença naval, bombardeiros Boeing B-52H Stratofortress e Rockwell B-1B Lancer realizaram voos de demonstração próximos à costa venezuelana. Essas operações representam uma clara exibição de força e confirmam que os EUA podem conduzir ataques de longo alcance sem depender de bases terrestres adicionais.
Com a chegada do grupo de ataque do USS Gerald R. Ford, a frota norte-americana passou a ter acesso a pelo menos 186 mísseis de cruzeiro Tomahawk. Esse número é superior ao utilizado em campanhas recentes no Iêmen e na Líbia, garantindo poder de fogo suficiente para neutralizar rapidamente a infraestrutura aérea e marítima venezuelana.
Venezuela reage com apoio russo e cooperação militar com a China
Enquanto os EUA ampliam sua presença, a Venezuela tenta fortalecer sua defesa com ajuda internacional. O país mantém acordos de cooperação militar com a Rússia, que envolvem o fornecimento de caças Sukhoi Su-30MK2 e sistemas antiaéreos S-300VM Antey-2500, além de programas de treinamento.
A China também contribui com equipamentos de vigilância e radares de médio alcance, aumentando a capacidade de monitoramento do país. Ainda assim, especialistas apontam que apenas cerca de 25 aeronaves de combate estão operacionais, entre elas quatro F-16A/B e 21 Su-30MK, o que limita a resposta venezuelana a uma eventual ofensiva aérea norte-americana.
Cenário político e riscos de uma escalada internacional
De acordo com o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), a atual postura de Washington reflete uma tentativa de conter a influência russa na América Latina e pressionar o governo de Maduro, acusado de vínculos com o narcotráfico e de violações de direitos humanos.
O CSIS também informou que ataques letais a pequenas embarcações no Caribe e no Pacífico Oriental já causaram ao menos 75 mortes. Esses incidentes indicam um conflito não declarado que cresce em intensidade. Para o instituto, uma guerra aérea isolada seria “simples e exequível do ponto de vista militar”, mas traria consequências políticas imprevisíveis para toda a região.
Países aliados da OTAN, como o Reino Unido e a França, acompanham de perto os desdobramentos. A Colômbia, parceira estratégica dos EUA, poderia oferecer apoio logístico em caso de conflito. Por outro lado, Cuba e Nicarágua já declararam solidariedade à Venezuela, ampliando a divisão ideológica no hemisfério americano.
O legado da Doutrina Monroe e os desafios de Washington
A disputa também reacende os princípios da Doutrina Monroe, base histórica da política externa norte-americana no continente. A presença crescente de forças russas e chinesas na América Latina é percebida pelo Pentágono como um desafio direto à hegemonia dos Estados Unidos no hemisfério ocidental.
Apesar do aumento da presença militar, o Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM) reconhece que uma operação terrestre em larga escala é improvável. Isso ocorre porque o número de tropas disponíveis na região é limitado. Assim, qualquer ação tende a se restringir a ataques aéreos e navais, voltados a alvos estratégicos e de combate ao tráfico de drogas.
Especialistas alertam que uma escalada sem respaldo diplomático pode gerar instabilidade regional e provocar fluxos migratórios. Além disso, poderia desestabilizar economias vizinhas e ampliar a influência de potências externas. Por enquanto, o cenário permanece de tensão elevada, com movimentações intensas no Caribe e vigilância constante por parte de Washington e seus aliados.
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