Companhias aéreas recebem alerta da FAA ao sobrevoarem a Venezuela em meio a interferências de GPS
Tensão no Caribe faz crescer alerta da FAA sobre aviões civis sobrevoarem a Venezuela
O alerta da FAA para os aviões civis que sobrevoarem a Venezuela, publicado nesta sexta-feira (21), reforça a preocupação crescente dos Estados Unidos com a segurança da aviação civil na Região de Informação de Voo Maiquetía (SVZM). O documento cita interferências de GPS, mobilização militar venezuelana e aumento das operações americanas no Caribe. Como resultado, operadores civis americanos devem agir com cautela em todos os níveis de voo, incluindo aproximações, decolagens e circulação no solo.
A Administração Federal de Aviação dos EUA – FAA – Agência de Aviação Civil -, determinou que qualquer plano de voo envolvendo o espaço aéreo da Venezuela seja comunicado com pelo menos 72 horas de antecedência. Além disso, pilotos e empresas devem informar imediatamente qualquer incidente ao Centro de Operações de Washington, permitindo que a agência acompanhe a evolução do ambiente de risco. Segundo o órgão, a piora da situação de segurança pode impactar operações civis em todas as altitudes.
Interferências de GPS e movimentação militar ampliam a preocupação
O aumento das interferências no GPS motivou parte do alerta da FAA para os aviões que forem sobrevoar a Venezuela. Desde setembro, aeronaves civis relataram perda parcial ou total de navegação por satélite ao cruzar a FIR Maiquetía, e em alguns casos os efeitos continuaram mesmo após a saída da área. De acordo com a FAA, bloqueadores e falsificadores de sinal podem afetar aeronaves a mais de 450 quilômetros, prejudicando comunicações, navegação e vigilância.
Paralelamente, a Venezuela intensificou exercícios militares de grande porte. O governo mobilizou milhares de militares e reservistas nas últimas semanas, além de operar caças de alto desempenho e sistemas antiaéreos capazes de atingir grandes altitudes. Como resultado, a FAA destaca que a combinação de defesa aérea ativa e interferências eletrônicas cria um ambiente de risco incomum para a aviação civil.
Escalada militar no Caribe aumenta a tensão regional
O alerta também considera o reforço militar americano no Caribe. Desde agosto, os Estados Unidos deslocaram o maior porta-aviões da Marinha, além de outros oito navios de guerra, para a região. Além disso, aeronaves F-18, F-35, dentre outras, passaram a operar com maior frequência em áreas estratégicas, o que ampliou a presença militar no entorno da Venezuela. Segundo a Casa Branca, essa operação tem foco no combate ao tráfico transnacional de drogas. Ainda assim, o aumento da atividade militar perto do espaço aéreo venezuelano adiciona incertezas ao tráfego civil. No dia 20 de novembro de 2025, ocorreu um sobrevoo recorde de aeronaves militares americanas próximas ao litoral venezuelano, fato que antecedeu a emissão do NOTAM A0012/25.
Impacto imediato nas operações brasileiras
Por enquanto, nenhuma companhia aérea brasileira alterou suas rotas. A Azul Linhas Aéreas e a GOL Linhas Aéreas seguem utilizando corredores que cruzam o espaço aéreo venezuelano em voos para a Flórida e os Estados Unidos. Além disso, a GOL mantém seu voo direto para Caracas. O alerta da FAA sobre sobrevoar a Venezuela não exige mudanças imediatas, mas pode resultar em ajustes operacionais caso o ambiente regional continue se deteriorando.
Companhias estrangeiras que operam em Caracas, como a TAP, também mantêm suas operações. Entretanto, medidas adicionais foram implementadas recentemente, incluindo a decisão de evitar o pernoite de tripulação na capital venezuelana. Essa precaução foi adotada inicialmente pela operadora portuguesa e, posteriormente, também pela GOL.
Monitoramento contínuo da situação
A FAA afirma que continuará avaliando os riscos e pode atualizar o alerta de sobrevoo sobre a Venezuela se houver mudanças significativas no cenário militar ou nas interferências de GPS. Embora não existam restrições completas ao sobrevoo, o órgão orienta operadores civis a considerarem rotas alternativas sempre que possível, especialmente durante momentos de maior atividade militar na região.
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