Entenda por que transportar baterias portáteis em aviões virou preocupação global
O que mudou e como isso afeta seu próximo voo
As novas regras para transportar baterias portáteis em aviões surgiram após diversos casos de superaquecimento e incêndios em voo. Por isso, as companhias aéreas e as autoridades decidiram esclarecer as normas. Além disso, hoje os passageiros precisam saber exatamente o que está liberado e o que é proibido levar na bagagem de mão.
Critérios da ANAC para baterias portáteis
Bagagem de mão apenas
No Brasil, a ANAC determina que power banks e baterias de íon-lítio devem ficar apenas na bagagem de mão. Por isso, nunca podem ser despachados.
Limites de Wh e quantidade
Baterias com até 100 Wh podem ser levadas sem restrições. Além disso, baterias entre 100 Wh e 160 Wh exigem autorização e são limitadas a duas unidades por passageiro. Por outro lado, acima de 160 Wh, a ANAC proíbe totalmente o transporte em voos de passageiros.
Proteção e embalagem
A ANAC também exige que todos esses itens estejam protegidos para evitar curto-circuito. Por exemplo, recomenda usar fita isolante, embalagens originais ou capas plásticas nos terminais das baterias.
O que mudaram as grandes companhias aéreas
A Southwest Airlines, nos Estados Unidos, adotou desde 28 de maio de 2025 uma nova regra. Agora, os passageiros precisam manter as baterias portáteis à vista durante todo o voo. Elas podem ficar no bolso da poltrona ou na bandeja. Por outro lado, não podem ser guardadas no bagageiro ou embaixo do assento.
Essa mudança ocorreu depois de vários incidentes envolvendo superaquecimento. Em um desses casos, um power bank começou a soltar fumaça. Por isso, a tripulação desviou o voo e fez um pouso de emergência.
Além disso, companhias asiáticas como Korea, Taiwan, Tailândia, Singapura, Malásia e Hong Kong decidiram adotar regras parecidas. Elas exigem que o carregador portátil permaneça sempre visível e proíbem o uso nos compartimentos superiores.
Por que essas regras são tão relevantes
Essas regras são importantes porque incêndios por superaquecimento ainda ocorrem. Esses problemas começam por falhas, excesso de carga ou danos no produto. Por exemplo, a FAA registrou 620 casos entre 2006 e 2025. Além disso, 240 ocorreram apenas com power banks.
Quando o dispositivo fica visível, a tripulação consegue agir rapidamente em caso de superaquecimento. Isso ajuda a evitar que as chamas se espalhem e coloca todos em mais segurança.
Fortalecimento global das regras após incidentes recentes
Depois do incêndio em um A321 da Air Busan no aeroporto de Busan, em 28 de janeiro de 2025, as autoridades sul-coreanas adotaram medidas imediatas. Em março, exigiram que passageiros mantenham power banks com eles durante todo o voo, proibindo o armazenamento nos bagageiros. Além disso, vetaram o uso desse dispositivo e a recarga a bordo.
Por isso, a Agência de Aviação da União Europeia (EASA) divulgou em 28 de maio de 2025 um boletim para alertar companhias e viajantes sobre os riscos das baterias de íon‑lítio. A recomendação foi clara: capacitar tripulações e reforçar a comunicação com passageiros para evitar situações de superaquecimento.
Essas ações globais mostram um padrão emergente. Não apenas o Brasil, mas também os EUA, Europa e Ásia reagiram com rigor. Portanto, cada passageiro deve ficar atento às regras de cada região para viajar com mais segurança e evitar surpresas desagradáveis.
Dicas para voar tranquilo com seu power bank
Portanto, para que você viaje sem preocupações, seguem algumas dicas essenciais:
Compre marcas confiáveis
Procure por certificações e por dispositivos com proteção contra sobrecarga e curto-circuito.
Verifique o watt-hora
Leve apenas baterias com até 100 Wh. Se tiver entre 100 Wh e 160 Wh, precisa de autorização e só é permitido até duas unidades. Acima disso, é proibido em voos comerciais.
Embale corretamente
Proteja os terminais com fita isolante, capa plástica ou use a embalagem original para evitar curtos-circuitos.
Mantenha visível
Durante o uso no voo, mantenha o carregador portátil à vista, nunca guardado em compartimentos fechados.
Use USB da poltrona quando possível
Isso reduz o risco de superaquecimento comparado ao uso do power bank.
Incidente com avião da Total Cargo e as lições para o transporte de baterias portáteis em aviões
Em 9 de novembro de 2024, um Boeing 737‑400F da Total Linhas Aéreas, que voava para a Rede Postal Noturna dos Correios, pegou fogo durante o voo. A tripulação precisou pousar de emergência no Aeroporto Internacional de Guarulhos para conter o incêndio. Segundo as investigações iniciais, as chamas começaram no compartimento de carga. Isso levantou suspeitas de que o transporte de baterias portáteis, feito de forma incorreta, causou o acidente.
Por causa desse episódio, a ANAC ameaçou suspender todos os voos noturnos dos Correios. A agência entendeu que a empresa não seguia as normas específicas para transporte de baterias, o que colocava em risco a segurança das operações aéreas.
Felizmente, após inspeções rigorosas e mudanças nos processos de embarque, o problema foi resolvido. Hoje, os voos da Rede Postal Noturna seguem todas as diretrizes atualizadas da ANAC. Isso garante que as companhias transportam baterias portáteis e outros itens perigosos de forma correta e segura.
Cada Cia Aérea tem as suas regras
Além disso, é importante reforçar que cada companhia aérea pode ter regras ainda mais específicas. Por isso, vale a pena sempre verificar as diretrizes antes do embarque. Dessa forma, você evita problemas e viaja muito mais tranquilo.
Finalizando
Por fim, transportar baterias portáteis em aviões exige atenção às novas regras criadas pela ANAC, pela FAA e pelas companhias aéreas. Se você respeitar os limites de Wh, escolher produtos confiáveis e embalar corretamente, vai viajar tranquilo. Além disso, manter as baterias visíveis durante o voo ajuda a garantir segurança e seguir todas as normas de transporte.
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