Na Segunda Guerra Mundial, três soldados brasileiros em Montese enfrentaram tropas alemãs com bravura e viraram símbolo da coragem da FEB.
Três soldados brasileiros em Montese enfrentaram tropas alemãs com bravura
Durante os últimos meses da Segunda Guerra Mundial, o exército brasileiro, por meio da Força Expedicionária Brasileira (FEB), travou intensos combates na Itália. Entre os dias 14 e 17 de abril de 1945, a cidade de Montese, localizada na região da Emília-Romanha, tornou-se palco de uma das batalhas mais violentas enfrentadas pelas tropas brasileiras.
A missão da FEB era clara: conquistar Montese e abrir caminho para a ofensiva final contra o exército alemão na Itália. No entanto, a resistência inimiga foi mais forte do que o esperado.

Coragem em meio ao fogo cruzado
Em meio ao confronto, três soldados brasileiros se destacaram de forma trágica e heroica. Isolados do restante da tropa e cercados por alemães, eles lutaram até o fim, mesmo com a munição esgotada. Recusando-se a se render, acabaram mortos em combate.
Seus nomes são lembrados com respeito e orgulho:
- Arlindo Lúcio da Silva, natural de São João del-Rei–MG
- Geraldo Baêta da Cruz, natural de Barbacena–MG
- Geraldo Rodrigues de Souza, natural de Rio Preto–MG
Esses jovens pracinhas faziam parte do 11º Regimento de Infantaria da FEB, e tinham entre 24 e 29 anos.

Reconhecimento até dos inimigos
Embora mortos em combate, os três soldados brasileiros chamaram a atenção dos próprios inimigos. De acordo com relatos históricos, os soldados alemães enterraram os corpos com respeito e cravaram uma cruz de madeira, onde escreveram:
“Drei brasilianische Soldaten – Helden”,
que significa: “Três soldados brasileiros – heróis”.
Esse gesto, além de surpreendente, mostra o reconhecimento da bravura desses combatentes, mesmo por parte daqueles contra quem lutavam.
O símbolo da “cobra fumando”
Vale lembrar que a FEB, no início, foi alvo de descrença por parte da própria população brasileira. Dizia-se que o Brasil só entraria na guerra quando a cobra fumasse. Como resposta, os soldados adotaram uma cobra fumando cachimbo como símbolo oficial de sua missão.
Assim, os três soldados de Montese passaram a representar de forma emblemática a coragem dos “Cobras Fumantes”, como os integrantes da FEB ficaram conhecidos.
Homenagens em solo italiano
Mesmo após o fim da guerra, a cidade de Montese preservou a memória dos combatentes brasileiros. Como forma de agradecimento, uma das principais ruas da cidade recebeu o nome de “Via Brasile”. Além disso, há placas comemorativas e monumentos que relembram a passagem da FEB por ali.
Em 2019, no aniversário de 74 anos da batalha, Montese inaugurou um monumento com os nomes dos três soldados. O local tornou-se ponto de visita obrigatória para brasileiros que percorrem os caminhos da FEB na Itália.
O legado dos três soldados brasileiros em Montese
Embora o tempo passe, a memória dos três soldados brasileiros em Montese permanece viva. Sua história nos lembra que o verdadeiro heroísmo vai além da vitória ou da derrota — ele reside na coragem de resistir, mesmo quando tudo parece perdido.
Por isso, é fundamental contar e recontar essa história, para que as futuras gerações jamais esqueçam o que esses jovens mineiros fizeram, tão longe de casa, por um ideal de liberdade.
Os Três Heróis Brasileiros
No ano de 1944, o Brasil enviou 25.334 soldados à Europa para lutar na Segunda Guerra Mundial. Esses combatentes formaram a Força Expedicionária Brasileira (FEB) e ficaram conhecidos, de forma afetuosa, como “pracinhas”.
Desde então, muitos desses bravos soldados voltaram para casa e puderam compartilhar suas vivências no front. Por outro lado, outros tantos jamais retornaram, pois tombaram em combate, deixando como legado o exemplo de coragem.
Entre esses heróis, destacam-se Arlindo Lúcio da Silva, Geraldo Baêta da Cruz e Geraldo Rodrigues de Souza. Embora tenham perdido a vida em Montese, na Itália, suas histórias permanecem vivas e continuam a inspirar novas gerações de brasileiros.
Após o término da guerra, os corpos dos três soldados foram localizados e sepultados com dignidade no Cemitério Militar Brasileiro de Pistoia, também em solo italiano. Posteriormente, em 5 de outubro de 1960, os restos mortais foram transferidos para o Brasil. Desde então, eles repousam no Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, localizado no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, onde recebem homenagens até os dias atuais.
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