Venda de motores de aviões para a COMAC gera nova tensão entre EUA e China
Decisão de suspender a venda de motores de aviões para a COMAC atinge programa C919
A decisão dos Estados Unidos de suspender a venda de motores de aviões para a COMAC marca um novo capítulo na disputa comercial entre as duas potências. Essa medida atinge diretamente o programa do jato C919, a principal aposta da China para desafiar o domínio de Boeing e Airbus.
Além disso, a suspensão foi anunciada pelo Departamento de Comércio dos EUA e afeta os motores LEAP-1C. Eles são produzidos em parceria entre a GE Aerospace e a francesa Safran. Analistas apontam que essa decisão vai além das preocupações comerciais. Ela reflete também a crescente rivalidade tecnológica e de segurança nacional.
Por outro lado, a suspensão pode atrasar os planos de certificação internacional do C919. Além disso, deve impulsionar o desenvolvimento de motores chineses, como o CJ-1000A.

O que motivou a suspensão?
O Departamento de Comércio dos EUA respondeu às restrições que a China impôs à exportação de minerais críticos para os Estados Unidos. Por isso, o órgão decidiu suspender as licenças que autorizavam empresas americanas a vender produtos e tecnologias para a COMAC. Essas licenças eram essenciais para o desenvolvimento da aeronave C919.
Além disso, os motores LEAP-1C foram diretamente afetados. A CFM International, uma joint venture entre a GE Aerospace e a francesa Safran, produz esses motores. Essa decisão reforça a tensão comercial e tecnológica entre as duas maiores economias do mundo.
Impacto no programa C919
O C919, produzido pela COMAC, utiliza componentes de fornecedores internacionais. Entre eles, estão os motores LEAP-1C, essenciais para o desempenho da aeronave. Além disso, o jato entrou em operação comercial em 2023 e já conta com 18 unidades em serviço na China e em Hong Kong.
Entretanto, a suspensão das vendas dos motores pode atrasar os planos da COMAC para obter certificações internacionais. Por exemplo, a certificação da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) é fundamental para que o C919 chegue a mercados fora da China.
Reação da China
A embaixada chinesa em Washington condenou a ação, acusando os EUA de “exagerar no conceito de segurança nacional, abusar dos controles de exportação e bloquear maliciosamente a China”. Analistas sugerem que a medida dos EUA pode acelerar os esforços da China para desenvolver motores nacionais, como o CJ-1000A, produzido pela Aero Engine Corporation of China (AECC). Embora os testes em voo do CJ-1000A tenham começado recentemente, especialistas afirmam que ainda levará anos para que o motor esteja pronto para uso comercial.
Consequências para a indústria aeroespacial
A suspensão das vendas de motores pela CFM International representa um novo capítulo na crescente rivalidade tecnológica entre as duas maiores economias do mundo, com implicações significativas para a indústria aeroespacial global. A medida pode atrasar a expansão internacional da COMAC e reforçar a dependência da China de tecnologias estrangeiras no curto prazo, ao mesmo tempo, em que impulsiona os esforços do país para alcançar a autossuficiência tecnológica no setor aeroespacial.
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