Como a venda dos 20 aeroportos da Motiva para a ASUR altera o mapa aeroportuário do Brasil
Venda dos 20 aeroportos da Motiva para a ASUR marca a maior operação aeroportuária em curso no mundo
A venda dos 20 aeroportos da Concessionária Motiva – ex CCR Aeroportos -, para a ASUR – Aeropuertos del SUR -, representa a maior transação aeroportuária em andamento no setor. Além disso, o negócio marca uma mudança relevante na infraestrutura de mobilidade do Brasil e da região. A operação reúne ativos estratégicos, valores expressivos e impacto direto na estrutura financeira da companhia brasileira.
A Motiva informou que o negócio envolve a transferência de 100% das ações da CPC Holding. Esse veículo concentra as participações da empresa nos 20 aeroportos administrados na América Latina. Dessa forma, a operação soma R$ 11,5 bilhões. São R$ 5 bilhões em equity pela venda das participações e R$ 6,5 bilhões em dívidas líquidas assumidas pela Aeropuerto de Cancún, subsidiária da ASUR. Além disso, o processo competitivo atraiu mais de 20 grupos internacionais – europeus, latino-americanos e asiáticos -, e superou as expectativas da empresa.
Como a venda dos 20 aeroportos da Motiva para a ASUR foi estruturada
A conclusão da venda dos 20 aeroportos da Motiva para a ASUR ainda depende de aprovações formais. A operação precisa do aval da Agência Nacional de Aviação Civil, de credores e de órgãos reguladores nos outros países envolvidos. Enquanto isso, a Motiva continuará responsável pelas operações dos terminais. A empresa afirma que manterá as equipes, os contratos vigentes e os investimentos previstos até o fechamento da transação, estimado para 2026.
Segundo a companhia, os termos acordados geram criação de valor para o grupo. Os ativos foram precificados a um múltiplo EV/EBITDA de 8,8 vezes. Esse indicador fica acima da média atual da empresa. Assim, a venda contribui para reduzir a alavancagem consolidada. Após a conclusão, o índice deve cair de 3,5 vezes para menos de 3,0 vezes. Dessa forma, a companhia amplia sua capacidade financeira para disputar um pipeline de R$ 160 bilhões em concessões de rodovias, ferrovias e metrôs.
A Motiva também reforça que a venda está alinhada ao plano estratégico Ambição 2035. O objetivo é simplificar o portfólio e focar negócios considerados mais sinérgicos. Por isso, a companhia pretende concentrar investimentos em rodovias e trilhos. Esse movimento segue o conceito de “back to basics”, mencionado com frequência pela liderança executiva nos últimos meses.
Dimensão operacional da plataforma transferida à ASUR
A plataforma de aeroportos vendida à ASUR reúne 20 operações na América Latina. São 17 aeroportos no Brasil e três no exterior: Quito, no Equador, Curaçao, nas Antilhas Holandesas, e San José, na Costa Rica. Em conjunto, essas unidades registram movimentação anual de 47 milhões de passageiros. Além disso, contam com mais de 200 rotas regulares da aviação comercial e 524 mil toneladas de carga movimentadas em doze meses.
No Brasil, a rede inclui aeroportos considerados estratégicos para a aviação comercial. Entre eles estão Curitiba, Belo Horizonte, Goiânia, Palmas, Teresina, Joinville e Foz do Iguaçu. A Motiva afirma que o desempenho desse conjunto demonstra resiliência e diversidade operacional. Agora, com a venda, a plataforma reforça sua reputação como uma operação eficiente. Ela apresenta receita líquida de R$ 2,565 bilhões e EBITDA de R$ 1,301 bilhão no período encerrado no terceiro trimestre de 2025. A margem de 51% evidencia essa solidez.
A venda também se encaixa na linha de desinvestimentos iniciada em 2023. Nessa frente, a empresa deixou a operação de barcas no Rio de Janeiro. Além disso, promoveu ajustes contratuais na BR-163, em Mato Grosso do Sul. Por isso, a Motiva busca concentrar capital em áreas consideradas essenciais para o crescimento sustentável.
Por que a venda é considerada uma das maiores da história recente
A Motiva classifica a venda dos 20 aeroportos da Motiva para a ASUR como a maior transação aeroportuária em curso no cenário global. O volume de interessados confirma a relevância dos ativos envolvidos. Segundo a empresa, mais de 20 grupos participaram do processo. Dessa forma, a operação reforça a atratividade da rede administrada pela companhia.
A operação também fortalece a posição do grupo ASUR na América Latina. A empresa já operava nove aeroportos no México e outros sete na região. Agora, com a aquisição da plataforma da Motiva, o grupo amplia significativamente sua presença no Brasil. Por outro lado, a compra estabelece uma rede integrada com terminais de diferentes perfis de tráfego e características regionais.
Para o CEO da Motiva, Miguel Setas, o desinvestimento reforça a capacidade de investimento em segmentos prioritários. Ele afirma que a transação destrava valor no portfólio e reduz o risco financeiro da holding. Já o Vice-Presidente Financeiro, Waldo Perez, explica que a venda praticamente zera o endividamento líquido. Posteriormente, isso permitirá que a empresa direcione recursos a novos projetos de concessões.
Finalizando sobre a venda dos 20 aeroportos da Motiva para a ASUR
A venda dos 20 aeroportos da Motiva para a ASUR se torna um marco para o setor aeroportuário brasileiro. A operação reúne valores elevados, ativos estratégicos e uma reconfiguração profunda do mapa de concessões no país. Embora ainda dependa de aprovações oficiais, a transação já redesenha o mercado e abre espaço para novos movimentos na infraestrutura de transporte.
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