Tem muitas formas de uma pessoa corajosa sustentar sua coragem.
E se?
Vc é como aquele galã corajoso que aparece na tela?
Têm muitas formas de uma pessoa corajosa sustentar sua coragem.
A menos recomendada talvez seja a ignorância, em outras palavras, não ter ideia do perigo.
– Mas se vc voa assim, vc voa tenso demais! Relaxa, homem! Deixa de ser pessimista!
Se decolar um pouco pesado com um helicóptero bimotor do alto de um prédio, é preciso ter em
mente qual será a trajetória e pouso mais seguros se um motor tossir no momento impróprio.
O gráfico de desempenho fornecido pelo fabricante, costuma explicar tudinho. Muitas vezes explica ao piloto que terá condições de chegar controladamente até a sombra, se preferir, até o local do pouso forçado. Mas se o peso for um pouco menor, garante a continuidade do voo.
Não se decola sem isso na cabeça.
Um dia, quando ainda estava na Esquadrilha da Fumaça, conversei com um dublê. O cara se colocava em situações pra lá de estranhas pra substituir o galã naquelas cenas que o galã jamais se sujeitaria a fazer.
– Flemming, já quebrei alguns ossos. Hoje eu jamais faço o meu trabalho sem antes ter certeza do que fazer pra sair de uma situação em que a coisa foge do controle. Tenho sempre uma saída desenhada. Eu não voaria com vcs nunca!
– Mas a gente tem o tal do assento ejetável. Conhece?
Voei muito mono e essa coisa de – E se? ficou tatuada no couro.
Como vc, aprendi a voar em monomotores.
Como vc, tbm aprendi a curtir a sensação de voar e a admirar a paisagem.
Por mais estranho que possa parecer, nem vc, nem eu somos pessimistas e ou estressados.
Só que não tem como a gente olhar uma pastagem sem imaginar qual seria nossa melhor aproximação
pra uma possível “cabeceira” se, essa máquina que só nos traz alegrias resolver nos dar um susto.
A gente relaxa no voo, mas nunca estaremos desatentos.
Mono ou bi.
O piloto pode até ser mais bem apessoado, mas sempre estará mais pra dublê que pra galã.
Quem bota o esqueleto a prêmio, e pode quebrar alguns ossos, sempre vai pensar como aquele dublê.
Todos que estiverem a bordo agradecem.
A propósito, a imagem que lustra este artigo é linda, né?
E se?
Bons voos pra gente!
Abraço,
Flemming
Coletivo prá cima. Cíclico á frente!
Piloto de Helicóptero Ruy Flemming, Coronel Aviador da Reserva da Força Aérea Brasileira.
Formou-se na Academia da Força Aérea Brasileira – AFA
Piloto do 1º Esquadrão de Instrução Aérea da AFA – 1º EIA, das Aeronaves T-25 e T-27 Tucano, formando centenas de Pilotos Militares na Academia
Piloto de Helicóptero Bell UH-1H do 2º/10º Gav – Busca e Salvamento – SAR –
Piloto da Esquadrilha da Fumaça entre os anos de 1992 e 1995 como #3 Ala Esquerda e #7 Isolado
Piloto de Helicótpero Agusta 109
Ex-Diretor da ABRAPHE – Associação de Brasileira de Pilotos de Helicópteros –
Autorizou transcrever seus artigos, causos, dicas e curiosidades aeronáutica de asa fixa ou rotativa. Para acompanhar o Aviador Ruy Flemming nas redes sociais, acesse o link a seguir RUY FLEMMING NO AR