Voepass fez 2.687 voos sem manutenção segundo a ANAC
Denuncia Grave de 2.687 voos sem manutenção e Voepass teve o COA cassado pela ANAC
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) confirmou que a companhia aérea Voepass realizou 2.687 voos sem manutenção adequada entre agosto de 2024 e março de 2025. A revelação foi feita durante a reunião da diretoria da agência, realizada em 24 de junho. Como consequência, os diretores cassaram o Certificado de Operador Aéreo (COA) da empresa. Dessa forma, a Voepass está proibida de operar por, no mínimo, dois anos. Além disso, a decisão é definitiva e não permite mais recursos administrativos.
Empresa ignorou inspeções obrigatórias por meses
O diretor Luiz Ricardo Nascimento, relator do processo, afirmou que a Voepass desrespeitou de forma recorrente os procedimentos operacionais exigidos pela legislação. Durante a fase conhecida como “operação assistida”, a equipe técnica da ANAC constatou que sete aeronaves da frota seguiram voando sem realizar inspeções obrigatórias, determinadas tanto pelos fabricantes quanto pelas normas vigentes.
Essas inspeções, por sua vez, são essenciais para prevenir falhas mecânicas que possam comprometer a segurança dos voos. Mesmo diante das exigências, a empresa manteve as aeronaves em operação. Com isso, acumulou 2.687 voos irregulares. Ainda segundo a ANAC, esses aviões estavam em condições não aeronavegáveis, o que ampliou os riscos à aviação comercial.
Acidente em Vinhedo foi o ponto de alerta
A intensificação da fiscalização ocorreu logo após o trágico acidente em Vinhedo, no interior de São Paulo, em 9 de agosto de 2024. Na ocasião, 62 pessoas morreram, o que gerou forte comoção e aumentou a pressão sobre os órgãos reguladores. Embora a investigação ainda esteja em andamento, o episódio motivou a ANAC a reavaliar com mais rigor as práticas da Voepass.
Durante o acompanhamento, os técnicos identificaram falhas organizacionais significativas, incluindo a perda de controle sobre o cronograma de manutenções. De acordo com a agência, esse cenário representava uma ameaça direta à segurança operacional da aviação civil brasileira. Por isso, a diretoria considerou inevitável a adoção da medida máxima.
Voepass está impedida de operar e recebeu multa de R$ 570 mil
Além da cassação do COA, a ANAC aplicou uma multa de R$ 570 mil à Voepass. O valor leva em conta a gravidade das infrações e a postura negligente adotada pela companhia. Segundo a agência, a empresa reincidiu em condutas que colocam em risco passageiros, tripulantes e a própria reputação do setor.
Durante a reunião, todos os diretores votaram de forma unânime a favor da penalidade. O advogado da Voepass, Gustavo de Albuquerque, argumentou que a decisão equivale a uma “pena perpétua”. No entanto, a ANAC ressaltou que a permanência da empresa em operação seria incompatível com a segurança exigida pela legislação brasileira.
Com a divulgação oficial, fica confirmado que a Voepass fez 2.687 voos sem manutenção, operando aeronaves em desacordo com os requisitos mínimos de segurança. O caso entra para a história como um dos mais graves da aviação nacional. Além disso, reacende o debate sobre fiscalização, responsabilidade técnica e compromisso das empresas com a vida de seus passageiros.
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