Quando um voo de 13 horas vira 29 o pesadelo da Cathay Pacific

Jota

19 de agosto de 2025

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O voo CX883 da Cathay Pacific, realizado com o Boeing 777‑300ER Extended Range (alcance estendido), que partiu de Los Angeles em 4 de agosto de 2025, deveria pousar em Hong Kong após cerca de treze horas e meia de viagem. Contudo, a expectativa inicial foi frustrada por um fenômeno meteorológico raro e intenso. No momento da aproximação, a cidade estava sob “alerta negro”, o mais alto nível de emergência, indicando chuvas superiores a 70 milímetros por hora. Assim, pousar representava risco à segurança de todos, o que levou ao desvio imediato.

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O voo deveria chegar a Hong Kong em cerca de treze horas e meia. No entanto, devido ao mau tempo, a aeronave só pousou em Taipé, Taiwan, após 15 horas e 30 minutos no ar, onde passageiros acreditavam que finalmente poderiam descansar. Entretanto, ao contrário do esperado, ninguém recebeu autorização para desembarcar. As autoridades locais aplicaram protocolos rígidos de imigração, e a companhia optou por não iniciar um processo emergencial de entrada no país. Dessa forma, cerca de 294 pessoas ficaram confinadas por aproximadamente dez horas adicionais dentro do avião. O calor, a falta de circulação de ar e a limitação de água e alimentos agravaram o desconforto.

Relatos divulgados em redes sociais e pelo portal FlightRadar24 revelaram a dimensão do sofrimento a bordo. Crianças choravam, passageiros reclamavam do espaço apertado e todos demonstravam enorme frustração diante da falta de informações claras. Vídeos registraram janelas iluminadas por relâmpagos e a cabine em clima de tensão. Além do desgaste físico, muitos tiveram conexões canceladas e compromissos perdidos em Hong Kong. A ausência de comunicação da Cathay Pacific intensificou a sensação de abandono, aumentando a indignação entre os viajantes.

Somente no dia seguinte, quando as condições meteorológicas melhoraram em Hong Kong, o voo pôde prosseguir. Uma nova tripulação assumiu a operação, já que a equipe original havia alcançado o limite legal de jornada. Assim, a aeronave decolou novamente de Taipé e pousou em Hong Kong após quase 29 horas de jornada, mais do que o dobro do tempo estimado. Embora o pouso tenha encerrado o drama, as consequências permaneceram: passageiros exaustos, agendas comprometidas e uma série de questionamentos sobre os protocolos utilizados durante o incidente.

Esse episódio trouxe à tona debates sobre direitos dos passageiros em situações de emergência, especialmente quando ocorrem desvios longos. Muitos especialistas defendem que companhias aéreas devem oferecer transparência imediata, maior suporte logístico e alternativas para garantir dignidade aos viajantes. Além disso, cresce a percepção de que eventos climáticos extremos tendem a se intensificar, exigindo planos de contingência mais robustos. Para os passageiros, a lição é clara: preparar a bagagem de mão com água, lanches, carregadores e remédios essenciais pode amenizar imprevistos. Para as companhias e autoridades, o desafio é adaptar protocolos de imigração, estadia temporária e suporte em solo, evitando que situações como a do voo CX883 voltem a se repetir com tamanha gravidade.

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