Força Aérea Brasileira

Três aviões da FAB em Moscou: por que Lula levou tanta estrutura para o Dia da Vitória?

Durante as celebrações do Dia da Vitória, comemorado em 9 de maio na Rússia, o governo brasileiro surpreendeu com uma robusta comitiva transportada por três aviões da Força Aérea Brasileira – FAB -. O presidente Lula foi o convidado de honra latino-americano nas homenagens aos soldados soviéticos que derrotaram o nazismo, e não economizou na logística aérea.

Na noite de 6 de maio, três aeronaves da Força Aérea Brasileira decolaram de Brasília rumo à capital russa. A missão diplomática incluiu um Airbus A-330-200 (KC-30), matrícula FAB 2902, um Embraer E-190 matrícula FAB 2591, avião RESERVA presidencial e o Airbus A-319 CJ presidencial, matrícula FAB2101.

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Embora o grande KC-30 tenha voado sem escalas até Moscou, os demais jatos — o A-319 CJ e o E-190 — precisaram realizar ao menos uma parada para reabastecimento. Ambos pousaram em Casablanca, no Marrocos, antes de seguirem ao destino final. Graças a boas relações internacionais, os aviões brasileiros puderam sobrevoar o espaço aéreo europeu e da Bielorrússia, chegando à Rússia por uma rota encurtada via Smolensk.

Com isso, o tempo médio de voo foi reduzido, embora o deslocamento total ainda tenha ultrapassado 12 horas de viagem para cada aeronave. O KC-30 percorreu aproximadamente 10.200 km de forma direta, enquanto os outros dois cumpriram rotas fracionadas.

Os custos estimados para a operação são altos — embora ainda não tenham sido divulgados oficialmente. No entanto, com base em dados anteriores e cálculos médios, é possível estimar o seguinte:

Airbus A330-200 (KC-30)

  • Capacidade: até 270 passageiros (em configuração comercial; versão FAB pode variar conforme a missão)
  • Distância: ~10.200 km
  • Consumo médio: ~5.400 litros/hora
  • Tempo estimado de voo: 12 horas
  • Custo aproximado: R$ 1,2 milhão (considerando combustível, tripulação e apoio)

Airbus A-319 CJ (FAB2101)

  • Capacidade: até 50 passageiros (configuração VIP reduzida)
  • Distância: ~11.000 km (com escala)
  • Tempo estimado total: 14 horas
  • Custo aproximado: R$ 1,2 milhão

Embraer E-190 (FAB2591)

  • Capacidade: cerca de 90 passageiros (configuração militar pode ter menos assentos)
  • Distância: similar ao A-319 CJ
  • Custo estimado: R$ 800 mil

Portanto, a missão presidencial pode ter superado os R$ 3,8 milhões em custos logísticos apenas na ida à Rússia — para transportar uma comitiva cujo número de integrantes, até agora, segue sob sigilo.

Além dos três aviões da FAB que levaram Lula e sua comitiva à Rússia, uma quarta aeronave já havia partido do Brasil seis dias antes, transportando a primeira-dama Janja da Silva. Conforme relatos oficiais, o avião utilizado foi o Airbus A-330-200 (KC-30), com capacidade para até 270 passageiros.

Contudo, o número estimado de integrantes da comitiva não passaria de 25 pessoas — ou seja, menos de 10% da capacidade total da aeronave. Ainda não se sabe se o avião permaneceu estacionado na Rússia para futuros deslocamentos ou se retornou ao Brasil completamente vazio.

Independentemente da opção escolhida, o fato é que o custo dessa operação adicional recai, mais uma vez, sobre o contribuinte. Afinal, voos intercontinentais com carga mínima ou sem passageiros geram despesas expressivas com combustível, manutenção e pessoal técnico.

Nesse contexto, a ausência de resultados práticos para o Brasil, como acordos comerciais ou cooperação internacional efetiva, torna o gasto ainda mais questionável. Até o momento, o principal retorno visível tem sido o turismo internacional dos envolvidos — uma justificativa que, definitivamente, não convence parte da opinião pública.

Até o momento, o governo federal não divulgou a lista completa de passageiros embarcados nos três jatos. Além do presidente Lula, sabe-se que estavam presentes, assessores diretos, seguranças e representantes do Itamaraty. Ainda assim, a ausência de transparência tem gerado questionamentos, especialmente nas redes sociais e entre membros da oposição.

Após os compromissos oficiais em Moscou, a comitiva brasileira deve seguir para Pequim, na China. A previsão é que os três aviões da FAB voem em conjunto rumo à Ásia ainda nesta semana. O KC-30, por sua maior autonomia, seguirá novamente sem escalas, enquanto os jatos menores precisarão de ao menos duas paradas técnicas.

A etapa seguinte da viagem marca a continuidade da agenda internacional de Lula, voltada para reforçar relações com países considerados comunistas e estratégicos. Ainda não está claro se todas as aeronaves retornarão diretamente ao Brasil após a visita à China, ou se parte da estrutura será deslocada para outros destinos diplomáticos.

AeroJota

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