Gasto da missão à França expõe falta de transparência nos custos da viagem e uso de avião da FAB
Como o gasto da missão à França só veio a público após pressão parlamentar
As informações sobre o gasto total da missão à França — que ultrapassa R$ 2.153.239,34 — só vieram a público agora, após o pedido formal de informação apresentado pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). Antes disso, o governo não divulgava voluntariamente o valor completo da viagem. O Ministério da Indústria e Comércio confirmou, no sábado (15.nov.2025), que gastou R$ 344.462,40 no evento “Brasil, Criativo por Natureza”, um desfile de moda, realizado em junho de 2025 no Café de l’Homme, em Paris. Embora esse valor já fosse conhecido, mais de R$ 1,8 milhão permanecia fora do debate público até a solicitação do parlamentar.
A pasta também informou que o custo do desfile foi desembolsado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), responsável pela coordenação da ação. A missão incluiu uma agenda social e cultural acompanhada pela primeira-dama Janja, mas o governo não apresentou indicadores que comprovem benefícios concretos ao país. Os dados revelados por Gayer expõem valores fragmentados, pouco explicados e, possivelmente, relacionados ao deslocamento da comitiva — ponto que o governo evita detalhar.
A Farra com gastos continua independente da opinião pública
A pressão legislativa expôs uma questão central: por que o governo não divulgou espontaneamente gastos financiados com dinheiro público? Essa falta de transparência se torna ainda mais sensível diante da possível utilização de aeronaves militares, cujas operações internacionais possuem custo elevado e exigem registro preciso. Ainda assim, o governo não esclareceu como ocorreu o deslocamento oficial.
Com isso, a sociedade continua sem saber quanto foi gasto com transporte aéreo, quem integrou a comitiva e quais aeronaves — civis ou militares — participaram do trajeto. Também não há informações que demonstrem resultado estratégico ou diplomático que justifique a despesa. Mesmo assim, o gasto total ultrapassou R$ 2,15 milhões, sem justificativa detalhada.
Gasto da missão à França inclui possível uso de aeronaves da FAB
Como veículo especializado em aviação, destacamos a omissão sobre o deslocamento. Se houve uso de aeronaves da FAB, o governo precisa informar o modelo empregado, as horas de voo realizadas, quem compôs a comitiva e a justificativa operacional para a mobilização. Aeronaves militares possuem custo alto por hora, especialmente em voos internacionais. Portanto, a transparência é indispensável. Até agora, porém, nenhum desses dados foi apresentado.
Gasto da missão à França contrasta com o luxo do evento de moda em Paris
Em Paris, estilistas brasileiras apresentaram suas criações para Janja e para Brigitte Macron, enquanto a chef convidada comandou uma experiência gastronômica no evento. Embora a ação tenha valor cultural, o governo não apresentou metas, indicadores ou acordos que comprovem retorno econômico ou institucional para o Brasil. Dessa forma, a programação social da viagem ocupa mais espaço do que resultados mensuráveis, o que amplia os questionamentos sobre o uso dos recursos.
Gasto da missão à França levanta dúvida sobre retorno ao Brasil
Até o momento, não há evidências de acordos firmados, negociações consolidadas ou metas alcançadas durante a viagem. Assim, permanece a questão central: o que os mais de R$ 2 milhões e 150 mil reais realmente entregaram ao país? Sem respostas oficiais, cresce a percepção de que a missão teve caráter predominantemente social, financiada com recursos públicos e sem demonstração clara de impacto positivo para o Brasil.
O gasto da missão à França segue sem respostas essenciais
Mesmo após a divulgação dos valores, a pergunta determinante continua sem resposta: quanto custou o avião? A sociedade ainda não recebeu informações sobre possíveis horas de voo da FAB, valores operacionais ou justificativas técnicas para a mobilização. O transporte aéreo costuma representar a parte mais cara desse tipo de viagem, e a ausência desse dado alimenta dúvidas legítimas. Por isso, a percepção predominante é que a missão ofereceu pouco retorno prático e consumiu muito dinheiro público para uma agenda que se aproximou mais de um passeio oficial.
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