FAB envia A-330-200 para Janja e gera revolta: prometeram agenda oficial, mas só se viu turismo e silêncio do governo
População questiona uso da maior aeronave da FAB para missão sem transparência
Como tudo começou: Janja embarca no maior jato da FAB
Como noticiado anteriormente pelo AeroJota, a Força Aérea Brasileira (FAB) enviou sua maior aeronave, o Airbus A-330-200 — com capacidade para cerca de 250 passageiros — para levar a primeira-dama Janja até Moscou. A viagem foi realizada em 2 de maio de 2025, seis dias antes da chegada do presidente Lula, que deve participar de compromissos oficiais.
A alegação do governo federal é que Janja teria uma agenda própria, voltada à cultura, educação e combate à fome. No entanto, ela não possui cargo público nem autoridade oficial para representar o Brasil em encontros diplomáticos. Ela não pode tomar decisões em nome do Brasil. A missão, portanto, gerou forte reação nas redes sociais.

Os custos dessa viagem: quanto custou essa ida até Moscou?
Além da escolha inusitada do modelo de aeronave, outro ponto chamou atenção: o custo estimado da operação. De acordo com dados técnicos, o A-330-200 da FAB consome, em média, entre R$ 20 mil e R$ 23 mil por hora de voo. Considerando as mais de 13 horas de viagem entre Brasília e Moscou, a missão só de ida pode ter custado aproximadamente R$ 300 mil — sem contar o retorno, a permanência ou possíveis deslocamentos internos.
E tudo isso para uma viagem onde, até agora, o que se viu foram apenas imagens turísticas: teatro Bolshoi, passeios pelo centro histórico e selfies descontraídas. Nenhuma foto oficial foi divulgada para comprovar a suposta agenda institucional.
A FAB apenas cumpre ordens — mas onde está o segundo avião?
A Força Aérea não escolhe qual aeronave será usada ou quem deve viajar nela. Essa decisão cabe ao alto escalão do governo federal. A FAB apenas cumpre a ordem de missão, conforme manda o protocolo militar.
Contudo, o que tem causado mais desconfiança nos bastidores da aviação é a possibilidade de dois A-330-200 estarem simultaneamente na Rússia: um transportando Janja, e outro reservado para Lula e sua comitiva, que embarcam dias depois. Até o momento, não se sabe se a aeronave que levou a primeira-dama voltou ao Brasil ou se permaneceu em solo russo, à disposição para voos internos — o que aumentaria ainda mais os gastos logísticos.
Redes sociais reagem: “Mais um turismo internacional pago com dinheiro do contribuinte”
A viagem de Janja também gerou revolta nas redes sociais. Usuários questionaram o real motivo da missão, ironizando a ausência de registros sobre encontros oficiais.
Como agravante, o governo federal não divulgou oficialmente a lista de integrantes da comitiva da primeira-dama. Não se sabe quantas pessoas embarcaram no A-330-200 — que, vale lembrar, comporta até 250 passageiros.
Mesmo diante das críticas, o Palácio do Planalto informou que o convite para a viagem partiu do próprio Kremlin, e que a primeira-dama cumpriria uma agenda institucional.
No entanto, até o momento, o que se viu foram apenas passeios turísticos. Isso reforça a percepção de que mais uma vez o aparato do Estado foi utilizado de forma questionável para fins pessoais.
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