Voepass corre contra o tempo para evitar exclusão definitiva dos principais aeroportos de São Paulo
Para a Voepass a contagem regressiva já começou
A Voepass tem até este domingo, 11 de maio de 2025, para retomar seus voos regulares e evitar um duro golpe: a perda de seus slots em Congonhas e Guarulhos, dois dos aeroportos mais importantes do Brasil. Segundo a Anac, para manter os direitos de operação, as companhias devem utilizar pelo menos 80% dos slots durante a temporada vigente. Como o verão da aviação começou em 30 de março, o prazo de 11 de maio marca o ponto crítico para atingir esse percentual mínimo.
O que está em jogo: horários disputados nos principais terminais do Brasil
Atualmente, a Voepass possui 20 slots diários em Congonhas e outros 8 em Guarulhos. Caso a companhia não atinja a meta mínima de regularidade, esses valiosos horários serão redistribuídos entre empresas concorrentes, como Gol, Latam e Azul. Ou seja, a Voepass perderá posições estratégicas em dois dos aeroportos mais movimentados do país, o que compromete diretamente sua atuação no mercado.
Recomeçar do zero? Entenda as consequências da perda dos slots
Além de perder os horários atuais, a Voepass também deixará de ter prioridade para receber novos slots nas próximas temporadas. Na prática, isso significa que, mesmo que se recupere financeiramente, a empresa terá que disputar espaço novamente com as grandes companhias nacionais. O prejuízo vai além da operação: afeta a imagem e o futuro da companhia aérea regional.
Crise financeira, acidente e recuperação judicial: o pano de fundo da queda
A atual crise da Voepass não é recente. Em 22 de abril, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial, alegando dificuldades causadas pela queda da demanda regional. Além disso, a tragédia ocorrida em agosto de 2024, quando um avião da companhia caiu em Vinhedo–SP e matou 62 pessoas, acentuou os desafios. Desde o acidente, a empresa sofre com uma forte fiscalização da Anac e enfrenta a desconfiança do mercado.
Um cenário preocupante para a aviação regional
Portanto, o possível encerramento das operações da Voepass nos aeroportos paulistas simboliza mais do que uma crise isolada. Representa o enfraquecimento da aviação regional brasileira, que já sofre com a escassez de voos em cidades do interior. Se nenhuma medida for tomada até domingo, a Voepass pode virar mais um exemplo de como o setor carece de estabilidade e apoio.
