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LATAM Registra 562 Colisões com Aves em 2024: O Impacto Oculto no Setor Aéreo

A aviação comercial lida diariamente com desafios para garantir segurança e eficiência operacional. Um desses desafios, muitas vezes subestimado, é a colisão de aeronaves com pássaros, também conhecido como bird strike, um problema que pode causar danos significativos, interrupções nos voos e prejuízos financeiros sustancias. Em 2024, a LATAM Airlines Brasil registrou 562 incidentes desse tipo, o que equivale a uma média preocupante de 1,5 colisões por dia, segundo informou o CEO da LATAM Brasil, Jerome Cadier

Passaro
Passaro

Embora nenhum desses eventos tenha comprometido a segurança dos passageiros, os impactos operacionais são consideráveis. As aeronaves envolvidas precisaram de mais de 750 horas de manutenção, resultando em atrasos, cancelamentos e transtornos para mais de 30 mil passageiros. O CEO da LATAM Brasil, Jerome Cadier, destacou que os custos decorrentes desses incidentes vão além dos reparos nas aeronaves. Fatores como leasing de aeronaves paradas, remuneração da tripulação e despesas com acomodação e alimentação de passageiros impactados representam um ônus financeiro significativo para a companhia.

Jerome Cadier ressaltou que esses custos acabam sendo repassados ao consumidor, refletindo-se no preço das passagens aéreas. Segundo ele, a responsabilidade pelo manejo da fauna nas proximidades dos aeroportos deve ser dos administradores aeroportuários e municípios, e não das companhias aéreas. A falta de investimentos adequados em controle ambiental tem aumentado a frequência desses eventos, que poderiam ser mitigados com políticas públicas mais eficazes e medidas preventivas adequadas.

Outro ponto abordado pelo CEO da LATAM diz respeito à judicialização excessiva do setor aéreo no Brasil. Ele destacou que o país concentra mais de 98% das ações judiciais contra companhias aéreas em todo o mundo, mesmo representando apenas 3% do tráfego aéreo global. Nos Estados Unidos e na Europa, atrasos e cancelamentos provocados por fatores externos, como colisões com aves, ou fatores climáticos, não geram direito a indenizações por danos morais, enquanto no Brasil, esse tipo de processo é cada vez mais comum, gerando custos adicionais para as empresas e, consequentemente, para os passageiros.

Para mitigar esses riscos, alguns aeroportos brasileiros têm adotado medidas preventivas, como o uso de falcões treinados para afastar pássaros das áreas operacionais, dispositivos acústicos de alta frequência e monitoramento ambiental para eliminar fontes de alimento que possam atrair aves para os arredores dos aeroportos.

As colisões de aeronaves com aves são um desafio global para a aviação, mas no Brasil o problema se agrava devido à falta de investimentos em manejo da fauna e à alta judicialização do setor. A solução exige esforços coordenados entre aeroportos, municípios e autoridades reguladoras para implementar estratégias eficazes de controle ambiental, garantindo a segurança dos voos e evitando que os custos operacionais recaiam sobre os passageiros. O debate segue aberto: quem realmente deve assumir essa responsabilidade?

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