A-330 da Força Aérea volta a voar, mas crise orçamentária expõe riscos e favorece uso político em viagens internacionais
Após cinco meses, FAB retoma A-330 e cresce temor de uso pela primeira-dama em viagens internacionais vazias.
O FAB A330 volta a voar após manutenção neste sábado. O Airbus A330-200 da Força Aérea Brasileira, matrícula FAB 2901, passou cinco meses em reparos nas instalações da Azul, no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas-SP. FAB 2901 decolou de Campinas e pousou no Galeão, no Rio de Janeiro. O atraso ocorreu pela escassez de peças e pela demora na liberação de recursos orçamentários. Dessa forma, a conclusão do reparo levou mais tempo que o previsto. Agora o avião está liberado para as viagens internacionais da Sra. Janja da Silva.
Esquadrão Corsário perdeu capacidade durante o período
O KC-30 faz parte do Esquadrão Corsário (2º/2º GT), sediado na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro. A aeronave é essencial para transportar tropas, cargas e equipamentos militares. Durante os meses em solo, a FAB perdeu mobilidade estratégica e, por consequência, reduziu sua capacidade de resposta. Além disso, o FAB 2902, outro A330-200 da frota, continua no Galeão e ainda precisa de atualizações.
Conversão ao padrão MRTT ainda depende de orçamento
O retorno do FAB 2901 expõe a crise da Força Aérea. Cortes de verbas afetam a manutenção de aeronaves e também o treinamento de pilotos. Muitos estão afastados das horas mínimas de voo exigidas e, portanto, acumulam prejuízos de capacitação. Os dois A330-200 aguardam autorização do Ministério da Defesa para seguir à Espanha. Em Getafe, eles seriam convertidos ao padrão MRTT (Multi Role Tanker Transport). Nesse modelo, o avião pode reabastecer em voo e, além disso, transportar tropas, passageiros, cargas ou pacientes em evacuação médica. Sem orçamento, entretanto, o projeto continua indefinido.
O risco do uso político e a ironia inevitável
O retorno do FAB 2901 também gera preocupação sobre o uso político. Militares temem que a aeronave volte a servir em viagens internacionais da primeira-dama, Janja Lula Silva. Ela não ocupa cargo oficial e não representa o Brasil institucionalmente. No entanto, já utilizou esse avião em deslocamentos de caráter pessoal, o que causa desconforto entre diversos oficiais da da Força Aérea.
Enquanto a FAB convive com aviões parados, pilotos sem treinamento e orçamento congelado, o governo mantém aeronaves disponíveis para agendas politicas. Por outro lado, críticos apontam uma ironia cruel: a Força Aérea luta para voar, mas, no fim, quem decola é Janja.
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