Fatores como desorientação espacial e perda de controle em voo estão entre as possíveis causas do desastre que vitimou 10 pessoas em dezembro.
Tragédia em Gramado–RS, dezembro de 2024
Em dezembro, um acidente aéreo em Gramado, na Serra Gaúcha, chocou o Brasil ao tirar a vida de 10 pessoas da mesma família e deixar outras 17 feridas. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) divulgou recentemente um relatório preliminar que identifica os primeiros fatores que podem ter contribuído para a tragédia.
Pilotada pelo empresário e proprietário da aeronave Cmte Luiz Cláudio Salgueiro Galeazzi, a aeronave um Piper Cheyenne 400, um Bi Motor, matrícula PR-NDN (Papa Romeo – November Delta November), decolou por volta das 09h15m, do aeródromo de Canela–RS, mas logo em seguida, 3 km a frente, perdeu altitude e bateu na chaminé de um prédio, atingindo também uma casa, uma loja de móveis e uma pousada.
Além da morte de todas as 10 pessoas a bordo, outras 17 pessoas em solo ficaram feridas. Essas vítimas precisaram de atendimento médico, a maioria delas por inalarem fumaça e com queimaduras graves.
Segundo o Relatório Preliminar do CENIPA, duas causas principais foram apontadas: o Cfit (Controlled Flight Into Terrain) e a Loss of Control in-Flight (LOC-I). Esses termos técnicos representam situações críticas em que a aeronave, mesmo sem falhas mecânicas aparentes, perde a trajetória segura de voo.
Cfit: Colisão com o Solo em Voo Controlado
O termo Cfit é utilizado para descrever acidentes em que uma aeronave colide contra o solo ou obstáculos durante o voo, apesar de estar em perfeitas condições de funcionamento. De acordo com especialistas, o fenômeno pode ser causado por fatores como desorientação espacial, percepção incorreta do ambiente ou falhas de navegação.
No caso do voo ocorrido em 22 de dezembro, a aeronave partiu do Aeroporto de Canela-RS, que não conta com uma torre de controle. No momento da decolagem, havia chuva e uma forte cerração que limitava a visibilidade, aumentando os riscos. O relatório indica que o avião colidiu com uma chaminé de lareiras de um prédio, antes de tocar o solo, agravando as consequências do impacto.
Loss of Control in-Flight (LOC-I): Perda de Controle no Ar
Outra causa mencionada no Relatório Preliminar do CENIPA é a Loss of Control in-Flight (LOC-I), um tipo de acidente em que os pilotos não conseguem manter o controle da aeronave em voo, levando a desvios irreversíveis da rota pretendida. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), esse tipo de ocorrência é uma das mais perigosas e está frequentemente associada a condições meteorológicas adversas ou decisões críticas equivocadas durante o voo.
Investigação em Curso: Sem Busca por Culpados
O relatório divulgado pelo CENIPA é preliminar e, portanto, sujeito a alterações conforme a investigação avança. O objetivo do órgão não é apontar culpados, mas identificar fatores técnicos que possam ter contribuído para o acidente, auxiliando na prevenção de futuras tragédias.
A apuração continuará sendo conduzida com base em evidências, depoimentos e análise dos destroços da aeronave. O acidente em Gramado serve como um alerta para a importância de medidas de segurança, principalmente em voos realizados em condições adversas e em aeródromos sem infraestrutura adequada.
Segundo o Jornal Correio do Povo
Duas pessoas seguem internadas em hospitais de Porto Alegre, desde o dia da tragédia, com queimaduras de 2º e 3º graus.
As vítimas que estão na Capital são duas mulheres, ambas funcionárias de uma pousada atingida na explosão que sucedeu à queda da aeronave. Elas tiveram melhora no estado de saúde, mas nenhuma delas tem previsão de receber alta.
Uma das pacientes é Valdete Maristela Santos da Silva, de 51 anos. Ela está internada no Hospital Cristo Redentor, na zona Norte, com queimaduras em 30% do corpo. O estado de saúde dela é considerado estável e, no final de semana, ela recebeu alta da UTI e foi para a enfermaria da Unidade de Queimados.
A outra mulher hospitalizada tem 56 ano. Ela permanece internada na UTI de queimados do Hospital de Pronto-Socorro (HPS), em estado estável. O corpo dela teve 43% de queimaduras.
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