Pensar avião nos aproxima
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Pensar avião nos aproxima
PARTE 1-VOO POR ATITUDE
Como o táxi é sempre realizado com velocidade reduzida, abaixo da mínima indicada pelo velocímetro, os primeiros sinais de pane ou anormalidade no instrumento ou no sistema só aparecem durante a decolagem ou na subida. Por essa razão, é sempre aconselhável verificar as indicações do velocímetro no início da decolagem, enquanto há tempo para interrompê-la com segurança.
Sempre que as indicações de velocidade deixarem de merecer confiança deve-se desconfiar do sistema do pitot e, nessas situações, o procedimento correto é pousar com segurança, logo que possível, não havendo razão para pânico.
Na ausência de indicação de velocidade, o avião pode ser controlado com segurança, coordenando-se a potência do motor e a posição relativa do nariz, tomando-se como referência a linha do horizonte artificial. A isso chama-se voo por atitude.
A primeira coisa que é preciso saber para voar por atitude em determinado avião é a ajustagem da potência necessária ao voo nivelado. Os valores encontrados no Manual do Proprietário devem ser verificados na prática, pois a performance pode variar de um avião pra outro, ainda que sejam do mesmo tipo e modelo.
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Com o avião bem compensado, deve-se observar a posição do nariz em relação à linha do horizonte ou o ponto em que a linha do horizonte corta o para-brisas. Com alguma prática, consegue-se estabelecer essa atitude sem olhar para o velocímetro, sem variação apreciável de velocidade.
O próximo passo é voar com a melhor razão de subida, observando-se a posição do nariz em relação ao horizonte, deve-se treinar bastante até fazê-lo sem auxílio do velocímetro.
Por último, deve-se treinar para estabelecer a atitude correta de aproximação e pouso com apenas esses dados de potência e posição relativa do nariz usado com parcimônia. Cabe lembrar que o piloto que voa determinado tipo de avião deve estar bem familiarizado com seu comportamento no pré-estol. Isso facilita muito o voo por atitude.
As ajustagens de potência devem ser memorizadas ou anotadas para serem utilizadas quando necessário. Na realidade, os valores relativos à performance dos aviões variam com a temperatura, posição do CG (Centro de Gravidade), umidade relativa no ar, pressão barométrica, altitude, etc…; porém essas variações são toleráveis em caso de emergência.
As posições do nariz em relação ao horizonte devem ser memorizadas. Há pilotos que costumam marcar no para-brisas, embora essa referência só tenha valor para aquele determinado modelo.
Leia o avião; pilote o Manual!
Fique vivo; voe padrão comte!
Boa viagem!
Avião não admite erro.
Nunca deixe que um avião leve você para um local onde sua mente não tenha chegado sete minutos antes.
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Coluna do Aviador José Passarelli
Engenheiro Cívil
Professor Universitário
Instrutor de Navegação Aérea
Teoria de VooAerodinâmica em Voo em Escolas de Aviação Civil
Escreve voluntariamente para o site AeroJota.